
Estava eu preenchendo as fichas rapidamente, nervosa, com letra trêmula, quando fui chamada. A nova atendente (uma mocinha) pediu todos os meus documentos, viu a carta do professor e perguntou: "Você não tem inscrição em universidade na França?". Eu falei que formalmente não. Não sei por que cargas d'água eles implicaram comigo por conta disso, se conheço várias pessoas que não têm inscrição em universidade daqui. Enfim, ela completou o dossiê e disse para eu esperar ser chamada no outro guichê para marcar o exame médico. Fiquei contente, achando que finalmente tinha passado pelo crivo da documentação.
Passados alguns bons minutos, ela me chama novamente. Disse que seria preciso uma inscrição em Aix-en-Provence, caso contrário eu não poderia fazer a carte de séjour. Não entendi bulhufas. E eis que acontece a mesma coisa da outra vez: mudança de argumento. Não, é preciso uma carta de aceitação da universidade de Aix-Marseille, especificando que o estágio de doutorando é lá, mas que estou em Paris para pesquisa (grande descoberta!).
Nessas horas, maldita é a sensação de ser estrangeira: não ter argumentos bem formulados na língua, que fica muito mais difícil por não ser a nossa; não saber exatamente quais são os nossos direitos; não ter um esclarecimento a respeito dos critérios. Quanto tempo demorou essa brincadeira? 2 horas.
Um comentário:
E eu tenho medo da zebrinha.
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