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domingo, 31 de agosto de 2008

Cidade vermelha

Toulouse é uma cidade de aspecto avermelhado causado pelos tijolos à vista. A cor dá um tom quente para a cidade, que também é bastante acolhedora, com um povo tranqüilo e gentil. Ficamos apenas dois dias lá e deu vontade de ficar mais; andamos por toda a cidade a pé; aproveitamos muita coisa gratuitamente por sermos estudantes (diferente de Paris, não importa se temos mais ou menos de 26 anos). A cidade inteira é bonita, limpa, tranqüila, agradável. Chama a atenção o Convento dos Jacobinos, com uma arca que contém os restos mortais de São Tomás de Aquino, e a quantidade de igrejas distribuídas pela cidade.

No entanto...

Este ano foi diferente. Sem nenhuma desgraça histórica, comemorei os anos chegados em um dos lugares mais bonitos que já vi: as calanques de Cassis. Ganhei de presente dos pais de Anne-Laure um passeio de caiaque pelas calanques, com direito a parada nessa da foto, a Calanque d'En-Vau, a mais bonita de todas. Água azul transparente, rochedos brancos e temperatura de menos de 20 graus. À noite, jantar de comemoração, com champagne e vela de aniversário! A propósito, esqueci de avisar que já estão disponíveis no álbum algumas fotos da viagem...

24 de agosto de 79

O quadro acima representa a erupção do Vesúvio, fato conhecido, que atingiu a cidade de Pompéia, na Itália. O que é mais interessante é o dado que vem junto com o título da pintura: explosão do Vesúvio em 24 de agosto do ano de 79. Essa data não fará sentido para muita gente se eu não der a referência: são exatos 1900 anos antes de eu nascer. Eu já sabia que a data não é nenhuma benção na história: foi nessa mesma data (24/08) que aconteceu a famigerada noite de São Bartolomeu, em Paris, com o massacre dos protestantes pelos católicos em 1572; também é a data do suicídio de Getúlio Vargas...
O quadro está exposto no Museu dos Augustinhos, em Toulouse.

Avignon

Apesar de ser uma cidade fortificada, assim como Saint Malo e Carcassonne, Avignon mostra uma arquitetura bem mais moderna que essas outras. O que lhe resta de imperativo é o suntuoso Palais des Papes, um gigantesco palácio construído pelos Papas de Avignon (foram sete ao todo) e que traduz em matéria o poder que a igreja possuía na época. No entanto, da decoração da época não resta quase nada, não fossem alguns afrescos e uma capela que é fechada ao público. O Papa Clemente V foi transferido de Roma para Avignon em 1309, para um prédio episcopal simples que, em seguida, foi transformado nesse enorme castelo (que mais parece uma fortaleza).

sábado, 30 de agosto de 2008

A montanha do Pagnol

"Nasci na cidade de Aubagne, ao pé do Garlaban coroado de cabras, no tempo dos antigos cabreiros". Não sou tradutora, mas é mais ou menos assim que começa o romance A Glória de meu pai, de Marcel Pagnol, autor nascido no sul da França (mais especificamente em Aubagne, cidadezinha ao lado de Marseille). A montanha que ele cita no romance e nos seqüentes (as continuações) é essa da foto acima: Garlaban, "uma enorme torre de rochas brancas", como ele descreve no livro. Não chegamos a conhecer nem a cidade nem a montanha, mas conseguimos desfrutar da experiência de andar por outros rochedos brancos de calcário das montanhas do sul, como aparece o jovem narrador do filme homônimo. Ganhei de aniversário, do Alexandre, o terceiro volume das obras completas de Pagnol por conta dessa proximidade com o ambiente na viagem e nas nossas boas lembranças cinematográficas. Agora, basta ler os romances.

A propósito, Alexandre já retornou ao Brasil. Embarcou hoje; mas antes se despediu de Paris dando uma última volta no Parc Montsouris e comendo um bom pão de uvas. Mas em breve ele retorna.

Frioul e château d'If

Em Marseille abdicamos de idas a museus e exposições para poder aproveitar o que a cidade tem de melhor: a natureza. Em um belo dia de sol e calor, pegamos um barco e fomos até uma ilha a 2 Km da costa: chamam de ilha do Frioul. E foi lá que encontramos essa pequenina praia da foto acima, onde ficamos algumas horas dentro da água, embora ela não estivesse necessariamente em temperatura agradável. Apesar da temperatura, a cor era magnífica.
Ao lado dessa ilha há outra, onde está o chamado Château d'If: é uma microilha com um pequeno castelo construído. Na verdade, é uma antiga prisão, na qual se passa a história de O Conde de Monte Cristo.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Para começar

Começo por Marseille, primeira cidade do nosso destino ao sul. Dona do principal porto do sul da França e responsável pela comunicação e troca de mercadorias com a África e Oriente Médio, Marseille é a segunda (ou terceira, há controvérsias) maior cidade do país. Lugar de belezas naturais, não apenas pelas suas praias e por ser banhada por um incrível mar mediterrâneo de azul turquesa, mas também por ser uma cidade que se desenvolveu in natura. Digo isso em comparação com Paris, que é uma cidade bela (belíssima), mas toda construída racionalmente e dentro dos paradigmas cartesianos. Marseille, como muitas cidades litorâneas, cresceu naturalmente pela força do povo praieiro, privilegiada pelo mar e pelo frescor que vem das águas.

Foi lá que passamos a maior parte da nossa viagem. Mas não teríamos aproveitado bem o que a cidade pode oferecer com suas praias se não fosse a companhia de nossos amigos de lá: Anne-Laure e Philippe, além de acolhimento caloroso, também nos auxiliaram no descobrimento da cidade. Foi com eles que fomos até as Ilhas do Frioul, que visitamos as praias mais ao sul da cidade e no "fim do mundo" para os marselheses, que subimos a ladeira da Catedral de Notre Dame de la Garde, que visitamos o simpático bairro popular da Vieille Charité. Além disso, pudemos desfrutar de perto dos costumes típicos franceses: queijo após o jantar, apéro antes das refeições, bom vinho e um bom tempo dedicado à refeição, muita conversa e boas histórias.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Chegamos

Depois de nove dias de viagem, finalmente chegamos. Mas ainda não vou contar as novidades (inúmeras), pois a viagem de retorno durou 5 horas e meia, apesar de termos pegado o TGV (trem de grande velocidade). Amanhã, com as fotos novas no computador, escrevo umas primeiras linhas aqui para descrever as belezas, as diferenças, a recepção no sul e tudo mais. Por sua vez, Alexandre já se prepara para voltar ao Brasil...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Véspera

Amanhã cedo viajamos para o sul da França: começaremos por Marseille, mas temos como destino seis cidades da região de Provence, Midi-Pyrenées e Languedoc. Na verdade a jornada em cada cidade será bastante curta; em Aix-en-Provence, Avignon e Carcassone, por exemplo, ficaremos apenas um dia em cada. Para Toulouse serão dedicados apenas dois dias; enquanto nossa maior estadia será mesmo entre Marseille e Cassis, onde moram nossos amigos. Portanto, o blog ficará parado por, pelo menos, oito dias.
Enquanto isso, completo anos mergulhando no Mediterrâneo...

Le Chevalier Noir

Com estréia atrasada aqui na França (somente dia 13 de agosto), ontem fomos ver The Dark Knight ou, em francês, Le Chevalier Noir, o novo filme do Batman. Não, não vou comentar o filme. Só para comentar uma iniciativa do governo francês que, a exemplo do que faz com as outras artes, também subsidia o cinema. São três dias (17, 18 e 19 de agosto) com todas as sessões de todos as salas por apenas 3 euros: os cinemas cobram esse valor dos espectadores e a diferença é paga pelo governo. Em setembro isso se repetirá. É uma oportunidade para assistir a alguns dos inúmeros filmes que estão em cartaz na cidade, pois o preço normal do cinema por aqui é aproximadamente 9 euros!

domingo, 17 de agosto de 2008

Da Bastilha até Vincennes

Apesar do tempo nublado e um vento geladinho em pleno verão parisiense, eu, Alexandre e Ana Maria fomos fazer um passeio muito pouco conhecido pelos turistas: Promenade Plantée. São 4,5 Km pela antiga estrada de ferro que ligava a Bastilha até Vincennes, hoje totalmente restaurada para passeios familiares. A caminhada é tranqüila, agradável e por todo o caminho há muito verde (como na foto acima). E, no final de tudo, chegamos ao Bois de Vincennes, muito parecido - aliás - com o de Bois de Boulogne, mas em menores proporções.

sábado, 16 de agosto de 2008

Praia em Paris

Ontem resolvemos dar uma olhada de perto no Paris Plages. Interessante a estrutura montada para o mês de veraneio dos parisienses: grama, guarda-sóis, coqueiros e até vapor d'água para refrescar o calor. Só faltou o mar, que o Sena daria a impressão, não fosse a quantidade de concreto às suas margens. Lugar de passeio e também de visitação para alguns curiosos (como nós), além de expressões artísticas diversas: dançarinos, músicos, teatro de marionetes...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Atualização

A semana foi de trabalho por aqui, aproveitando que a semana é curta: hoje é feriado e também é dia de passeio pela cidade. Além disso, começo a preparar a viagem para o sul da França, pois sairemos dia 20 cedinho.

Ana está se adaptando à cidade. Na quarta saí com ela para mostrar o centro, o Sena, a Notre-Dame, o Louvre, o Jardim de Luxembourg, o Boulevard Saint-Michel... afinal, é lá que estão as principais referências e pontos turísticos da cidade (também alguns bons restaurantes e sorveterias).

Alexandre continua na sua empreitada para descobrir os sabores dos milhões de queijos: Rochefort, Camembert, Brie, Bûche de chèvre, Ossau-Iraty e outros tantos que não sei o nome. E, por ventura, também comemos uma simples mussarela italiana. Amanhã levarei Alexandre na "rua dos queijos", como disse um amigo: Rue Mouffetard.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Nova chegada

Campinas vai dominar Paris. Há muitos estudantes da Unicamp por aqui: ontem chegou Ana Maria. Bem sei como é a sensação (ruim) da chegada sozinha em um lugar totalmente desconhecido; então fui esperá-la no aeroporto. Coitada, ela teve que absorver toda a onda de informações que eu despejava sobre ela.

No aeroporto, uns brasileiros vieram me perguntar se eu falava português e aproveitaram para tirar um monte de dúvidas: se o lugar onde iriam ficar era bom, qual metrô pegar, onde comprar o bilhete do metrô, qual tipo de bilhete comprar para a semana inteira, sobre os bairros que eles ouviram falar (onde ficavam outros hotéis que eles tinham em vista)... resultado: resolvi levá-los até o trem, ajudei-os a comprar os bilhetes, expliquei - antes de descerem - o que deveriam fazer para fazer baldeação. E a Ana esperando, coitada. E, na saída do trem aqui na Cité, mais um grande grupo de brasileiros. De onde? Campinas.

domingo, 10 de agosto de 2008

No país das maravilhas gulosas

Alexandre está um pouco atordoado com as comilanças francesas, especialmente com os pães e semelhantes. Sim, aqui é uma perdição no quesito pão. Ontem fomos jantar numa creperia em Saint-Michel: o crepe salgado é chamado de galette; é uma especialidade da Bretanha e a bebida apropriada para acompanhar é a cidra. É tudo muito diferente do que temos no Brasil, no que diz respeito à massa com que são feitos os crepes e também em relação à bebida. A galette, por exemplo, é feita com uma farinha escura, de modo que ela fica escura (como na foto acima). Agora, em geral, são muitos os tipos de pães que mexem com a cabeça de qualquer um: pão com chocolate, pão com uvas, baguetes diversas, paninis, croissants etc. Carboidrato para ninguém pôr defeito!

Boulogne

O Bois de Boulogne é a maior área verde da região urbana de Paris. Antigamente era um lugar destinado, pelos reis, à caça. Hoje serve de lugar para passeios familiares e, à noite, é um ponto de prostituição. O lugar, que não é necessariamente um parque, mas um bosque, é enorme e visitamos apenas parte dele. Ele foi todo reformulado (pois foi quase que totalmente destruído após a Revolução Francesa) por Napoleão III, que tinha um projeto de construir parques nos extremos da cidade: a leste, Bois de Vincennes; ao sul, Parc Montsouris; ao norte, Parc de Buttes-Chaumont; a oeste, Bois de Boulogne.

sábado, 9 de agosto de 2008

Lendário

Diz a lenda que se uma moça que procura um namorado chegar ao lado dessa estátua da foto ao lado, fixar seu pensamento em um homem e esfregar sua mão na parte que está mais gasta (ver a foto), ela conseguirá o namorado até o ano seguinte. A mesma lenda diz que se uma mulher que quer engravidar se esfregar na estátua, Victor Noir a ajudará a engravidar. Lendas do cemitério Père Lachaise que nos foram contadas por um enigmático guia que apareceu e nos levou para ver alguns túmulos. O guia, figura gentil (mas muito, muito estranho), dizia-se crente do espiritismo e insistia para vermos o túmulo de Allan Kardec. E nem comentamos que Alexandre era estudioso da doutrina. Quem explica?

Mas além de Victor Noir e Allan Kardec, também vimos outros túmulos, como de Jim Morrison, de Oscar Wilde (que ficou famoso pela quantidade de marcas de batom que há em seu túmulo), de Delacroix, de Rossini, de Alfred Musset, de Balzac...e de muitos outros, ilustres desconhecidos.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Lá de cima

Ontem finalmente subimos a Torre Eiffel. E como esperado, Alexandre quis subir pelas escadas! Foram 115 metros de altura alcançados por degraus, justamente no momento em que anoitecia em Paris (por volta de 22 horas). Sem utilizar o elevador é possível ir somente até o segundo andar; para ir até o topo da torre é preciso pegar o elevador - e não foi dessa vez que fomos. De fato, como amplamente divulgado, o segundo andar é o que oferece uma vista mais bonita da cidade, ainda mais à noite, toda iluminada. Algumas tentativas de fotos no álbum (dificilmente uma foto sai boa com a escuridão ao fundo...).

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Torres quadrigêmeas

Eu sempre comento, neste blog, das minhas aventuras e cotidiano na BNF, Biblioteca Nacional da França. Falo, também, de uma pequena maratona pela qual é preciso passar até começar a estudar efetivamente. Pois bem, hoje resolvi tirar algumas fotos para mostrar o tamanho do lugar e deixar de ser apenas uma referência abstrata para quem lê e não a conhece. Acima, estão três das quatro torres que compõem a biblioteca. Já na foto abaixo é possível ver as duas torres oeste e também o jardim central.

Mas não é nessas torres que estudamos, mas abaixo - bem abaixo: é preciso descer duas enormes escadas rolantes até chegar às salas de pesquisa. Por isso falo de "maratona": entre chegar na biblioteca e começar a estudar, demoramos cerca de 15 minutos - depois de procurar a nossa sala em um desses enormes corredores:

E foi fazendo essa pequena peregrinação três ou quatro vezes por semana que consegui emagrecer uns três quilos... mas nada que eu não consiga recuperar com a presença de Alexandre por aqui!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Paris de férias

Mês de agosto é o mês de férias na França. E eles não brincam com isso: férias coletivas mesmo. Salvo a BNF, todas as outras bibliotecas fecham o mês inteiro; universidades fechadas; médicos de férias (só ficam os que atendem na emergência); parte do comércio também fecha de férias e até seguradora! Procurando uma seguradora por aqui, vi no site de uma que a partir de 8 de agosto eles fechariam... é o que eles chamam de "fermeture annuelle" (fechamento anual).

Enquanto isso, em Paris: para quem está de férias mas não tem chance de sair da cidade, Paris Plage, a praia parisiense à beira do Sena. Ela fica montada por um mês: de 21 de julho a 21 de agosto. Por enquanto, apenas a vi de longe; no final de semana vou dar uma volta por lá e conferir o resultado de tamanho empreendimento. Depois conto as impressões.

Uma outra BNF

Hoje fomos fazer pesquisa em outro site da BNF: ao invés de irmos à François Mitterrand, que é a mais nova, fomos ao prédio antigo, Richelieu, que hoje abriga sobretudo documentos e livros sobre artes do espetáculo e fotografia, além de manuscritos. O prédio é lindo, como essa sala da foto acima, a "sala oval". Seu estilo arquitetônico da entrada é semelhante ao do Opéra. No entanto, nem tudo o que reluz é ouro: o atendimento é mais lento; na verdade, grande parte do acervo ainda não está informatizado e o próprio acesso aos livros ainda é feito todo manualmente. É preciso preencher ficha e esperar um tempinho até que nos entreguem o livro; enquanto na nova biblioteca tudo pode ser feito via internet, incluindo aí reserva de lugar e de livros. De qualquer forma, só a visita ao prédio já vale a pena.

sábado, 2 de agosto de 2008

Champagne

O passeio pela região de Champagne foi rápido e simples. Chegando a Reims, cidadezinha da região, cujo maior atrativo é a catedral e a nostalgia dos tempos dos reis medievais, paramos na Basílica de Saint-Rémy:
Em seguida, continuamos o passeio pela cidade, que praticamente se resumiu a ver a Catedral Notre Dame, em estilo gótico, com estrutura bastante semelhante à de Notre Dame de Paris. Mas além da catedral, em Reims são produzidos e vendidos biscoitos rosas que, segundo dizem, é bom para acompanhar o champanhe.
De Reims, partimos para Épernay, outra cidadezinha da região. Lá, os grandes atrativos são, de fato, as caves de champanhe. Mas até chegar à cave que fomos visitar, passamos pelos gigantescos (e fantásticos) vinhedos, que não têm fim...
...e, para terminar o dia, visita guiada por dentro de uma cave com direito à degustação de champagne no final. Algumas fotos no álbum.

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Língua, claro

Em Amsterdam a grande maioria fala não apenas o holandês, mas também inglês - o que torna a comunicação menos difícil. Alguns falam francês, sempre praticamente pedindo desculpas e dizendo: "un petit peu" (um pouquinho). No entanto, em alguns momentos, não necessariamente a comunicação se torna tão fácil.

Entramos em uma tabacaria para comprar alguns postais. Na hora de pagar, o senhor resmungava algumas coisas naquela língua tão distante. Eu olhava para ele com cara de quem não está entendendo nada. Ele repetiu, ainda em holandês. Começa a gesticular, apontando para o postal, e somente então percebemos que ele estava nos perguntando se queríamos o selo do postal. Tudo isso sem perder a gentileza.

Mas a mais bizarra foi no tramway. Segunda-feira, calor infernal em Amsterdam: mais de 30 graus e um bafo terrível de chuva de verão que não cai. Pegamos um tramway sem ar-condicionado para ir para a estação central pegar o trem de volta a Paris. Lá dentro, suando desgraçadamente, a cobradora - uma holandesa loiríssima - pegava o microfone e gritava para que os passageiros fossem mais para a frente (a entrada é na parte de trás). Não, não entendemos uma só palavra do que ela disse, mas ela gesticulava de tal forma que era perfeitamente compreensível o que queria. Questão de língua, claro.