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quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Agora é sério

A disciplina que eu propus, no IA (Unicamp) e na ECA (USP), está nos sites das instituições. A proposta foi concretizada e, durante o primeiro semestre de 2012, terei uma vida atribulada, entre Unicamp e USP, com dois cursos de pós-graduação! Saber disso, confesso, me deu medo. Uma coisa é imaginar-se dando aula nessas instituições, outra coisa é ver seu nome lá no site, como responsável por uma disciplina. Bora trabalhar, agora.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Deustchland

Castelo de Neuschwanstein

Embora o ponto de chegada e partida seja Paris, não vamos ficar lá muitos dias, cinco ou seis no total. A ideia mesmo é ir para a Alemanha. Berlim já está certa, com passagens compradas. Falta ainda definir outros destinos. Para isso, muita pesquisa neste site. A imagem acima é instigante, não é?! Não sei se vou conseguir ir até lá, já que ele fica bem ao sul (quase divisa com a Áustria), mas conhecer algumas cidades da Alemanha valerá a pena, mesmo num rígido inverno. 

sábado, 10 de dezembro de 2011

Três anos depois...

No dia 13 de fevereiro de 2009 eu embarquei num avião no Aeroporto Charles De Gaulle de volta ao Brasil. Pois agora está na hora de voltar pra lá. Em fevereiro, iremos para Paris, mas talvez a viagem seja estendida até a Alemanha (ainda não fechamos o roteiro). Surgiu, de repente, uma ansiedade curiosa: como será que vou rever Paris, qual será o meu olhar para esta cidade em que passei por momentos tão intensos? 

*

Vamos para lá no inverno. Preferia ir no outono, já que sempre comentei aqui que é a estação do ano de que mais gosto nas terras de além-mar. Agora no inverno, os dias são curtos, o ar gelado e andar encasacado não é a coisa mais agradável do mundo. Mas se não fôssemos em fevereiro, não conseguiríamos voltar pra lá tão cedo, já que 2012 começará com intensas atividades. Nada mal... ;-)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

O beijo no asfalto

Cena de O beijo no asfalto (Renato Borghi em cena). Fonte: www.funarte.gov.br

O beijo no asfalto é a peça de Nelson Rodrigues de que mais gosto. Ela possui uma trama muito bem amarrada, repleta de ambiguidades e falsas pistas. Bem ao estilo rodriguiano, ela mistura o jocoso, o trágico e o patético, formando uma tragédia melodramática, ou tragédia urbana, ou tragédia carioca. Os diálogos sincopados dão um ritmo para a peça que quase não há comparação nem na obra do próprio dramaturgo. Da mesma forma, há um trabalho na composição de cada personagem que é formidável. Em suma, com essa peça, acredito que Nelson Rodrigues conquistou a sua maturidade dramática. E, embora já tenha me debruçado muitas vezes sobre esse texto e conheça cada fala de cada personagem praticamente de cor, nunca escrevi sobre a peça. 

Em 2012 será comemorado o centenário do polêmico dramaturgo. Em meio às várias manifestações, no Teatro de Arena Eugênio Kusnet haverá um ciclo rodriguiano, com espetáculos e debates. Curioso pensar que nesse teatrinho do centro de São Paulo, lugar de autores como Guarnieri, Boal e Vianninha, agora Nelson seja encenado. O reacionário no ambiente do teatro de esquerda por excelência. 

Mas deixemos esses paradoxos de lado. A vida é repleta deles e no teatro não poderia ser diferente. A peça que vi ontem é rodriguiana e não é. Explico. O diretor Marco Antônio Braz seguiu à risca o texto composto pelo dramaturgo, respeitando inclusive algumas indicações de rubricas. Cada frase da peça foi dita pelos atores nesse espetáculo. Nesse sentido, a encenação foi fiel ao dramaturgo. No entanto, não acredito que ali esteja a essência rodriguiana. É claro que o teatro de Nelson Rodrigues possui uma violência latente, intrínseca às falas, da mesma forma como ela pede, em muitos momentos, o exagero que recaia sobre o kitsch. Em alguns momentos, ressalto. Fiquei pensando nas personagens macabras da peça, Amado Ribeiro, o jornalista inescrupuloso, e o Delegado Cunha, seu comparsa. No caso de Amado Ribeiro, há um pedido de exagero: a personagem precisa ter uma violência forte, pungente, cruel, que recaia muitas vezes no grotesco de sua composição. Por isso, a opção do diretor em acentuar esse aspecto nesse espetáculo não me soou tão estranha. Amado Ribeiro foi interpretado por Elcio Nogueira, em uma forte caracterização da crueldade e da baixeza (ele destacou na sua interpretação uma inclinação homossexual com a qual eu não concordo. Cairia numa leitura psicanalítica, que é para mim muito mais uma pista falsa no teatro de Nelson Rodrigues). 

Mas não acho que o mesmo perfil se adapte ao Delegado Cunha. Esse, igualmente mau-caráter, tem um lado ambíguo que a peça de ontem não ressaltou, a covardia. O Cunha é, sobretudo, um covarde e que se esconde na sombra do Amado. Ele faz o que o Amado quer. E a interpretação, na pele de Rodrigo Fregnan, caiu unicamente num exagero mórbido, nivelando a personagem e roubando a nuance dessa ambiguidade, entre o sádico e o covarde. Igual ambiguidade da personagem Aprígio se perdeu em alguns momentos, representado pelo experiente Renato Borghi. Aprígio é, o tempo todo, a personagem falsa, que encaminha a ação para o engano. E isso não se evidenciou na encenação do Teatro de Arena. Pena, porque é a grande riqueza do texto rodriguiano. 

A encenação teve seus altos e baixos. E as opções são -- evidentemente -- do encenador, que pode discordar muito do texto. O que soou estranho, no entanto, foi essa fidelidade ao texto, mas não ao que o texto diz. Não vou contar outros detalhes, porque perderia em muito a surpresa (para quem ainda quer ver, ela ficará em cartaz até fevereiro de 2012). O diretor opta por incorporar alguns detalhes à peça, que às vezes funcionam, às vezes não. Se ele se preocupasse, no entanto, em exagerar menos, o conjunto seria melhor. 

Eis meu primeiro texto escrito sobre O beijo no asfalto

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

C'est fini

Foram apenas 2 dias de evento, mas mais de um mês de organização e preparação. Muitas trocas de e-mails, negativas, afirmativas, cálculo de gastos, controle de gastos, logística etc., etc. E assim foi a experiência em organizar um evento acadêmico aberto à comunidade, um colóquio. A experiência foi ótima; o evento foi bom para o nosso primeiro. A ideia é sempre aprimorar, claro. Agora, planos para o próximo semestre, que este está no fim. 

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Fotos do evento, aqui