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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Feldberg

Estação de ski de Feldberg
Feldbeg é a maior montanha do estado Baden-Württemberg, com 1493 metros. No coração da Floresta Negra (Schwarzwald), é um reduto para a prática de esportes de inverno. A ideia era entrar na Floresta e vê-la bem de pertinho, saber como é. Não queríamos, nem tínhamos a mínima pretensão, de chegar numa estação de ski. Para saber como chegar lá, foi um sufoco: pergunta no posto de informações turísticas, vasculha o guia da Alemanha que comprei. Por fim, procurei, também sem muito sucesso, em sites: nesteneste

A lógica alemã é semelhante à portuguesa (e, cheguei à conclusão, é praticamente uma lógica europeia). Sabe piada de português? Pois o pensamento é parecido na Alemanha: como faço para chegar lá? Pega o trem. Ok, mas qual? E depois? O que você sugere? Não... a nossa forma de dar informação não funciona por lá. Pois bem, por isso foi realmente complicado conseguir informações de como chegar na Floresta Negra. 

De Freiburg pegamos um trem para Titisee. Chegando em Titisee, e agora? Onde há um posto de informações? Do nada, vi um ônibus com a inscrição: Feldberg. É esse, va'mbora. De início, problemas com o motorista: ele não compreendia inglês, não falava um ai em inglês, e não sabíamos como pagar a passagem. Por fim, já sem paciência, depois de muitos resmungos, ele manda entrar. Tudo bem, fazer o quê?

O ônibus vai subindo, subindo, subindo... não para mais. Quando chegamos: Feldberg, uma estação de ski! Não, não foi dessa vez que nos arriscamos a tanto. Além de ficarmos constrangidos pelo profissionalismo de quem estava lá, o custo era muito, muito alto. Se quiser realmente esquiar, dedique pelo menos dois dias para isso e muito dinheiro. Eliminando essa opção, nos restou caminhar entre as árvores brancas, repletas de neve, da Floresta Negra. 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Berlim

Bradenburger Tor
Ficamos em Berlim 5 noites. Conseguimos, nesses dias, andar por Mitte, o centro da cidade. No entanto, pouco vimos dos bairros e pontos menos centrais além do Tiergarten. Não que não valha a pena. Para conhecer bem Berlim, talvez fosse necessário ficar lá ao menos uma semana, andar pelos bairros e conhecê-los mais de perto, além de poder desfrutar melhor o centro da cidade. 

Na ilha dos museus, são tantas as opções que fica difícil escolher. No escuro, optamos pelo Altes Nationalgalerie, de arte dos séculos XVII a XIX. Mas havia outras ótimas opções ali pertinho. E, se tiver tempo, há a opção de pagar pelo passe dos museus, que vale três dias. 

Tiramos um dia para visitar Potsdam, na região metropolitana de Berlim, e o castelo de Sans Souci (residência de inverno de Frederico, último rei da Prússia). O parque é lindo. Reconheço, assim como o Tiergarten, que na primavera e verão aquilo deve ser realmente maravilhoso. Mas no inverno há um toque muito especial com a neve cobrindo os caminhos e seus lagos e rios todos congelados. 

Imagino que visitar a cidade no verão seja outra coisa, totalmente diferente do que vimos no inverno. Outros tons, outra movimentação, outra energia. O inverno, no entanto, oferece uma sensação muito especial, com a qual realmente não estamos acostumados. Poder caminhar sobre um rio congelado ou ver as ruas todas branquinhas de neve é sempre muito bonito. 

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

O taxista de Dresden

Depois da história do voo para Berlim, não queríamos mais correr riscos, mesmo que a cidade fosse bem menor, como Dresden. O trem saía antes das 8h da manhã. Resolvemos, depois de averiguar que não sairia muito caro, pegar um táxi até a estação central de trem (Hauptbahnhof). Entramos no carro e...
- The main station, please. 
- ? 
- The main station.
(Resmungos incompreensíveis e gestos bravos do taxista).
Um detalhe importante aqui: no transporte público, em todos, o termo "Main station" é repetido inúmeras vezes.
Tiro o mapa da cidade da bolsa e aponto o lugar.
- Hauptbahnhof!
- Ja. 
Seguimos até lá. Eram cerca de 7h30. Ao chegar lá, entrego uma nota de 50 euros. Novos resmungos daquele taxista, um alemão realmente muito, muito bravo. Pela pragmática, compreendi que ele não tinha troco.  O taxista continua a resmungar. Alexandre sai correndo do táxi para trocar aquela nota e o senhor, então, coloca o taxímetro para correr... Quando pagamos, foram 40 centavos a mais pela espera. 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cervejas



Em cada região, uma marca diferente. Eram muitas... difícil escolher. Difícil não provar. Small or big, não importa. 

Seção comida



As imagens falam por si só. Para ampliá-las, basta clicar sobre a imagem. São as delícias culinárias da Alemanha. 

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O jantar no Beaubourg

Como disse, logo no primeiro dia saímos para jantar perto do Beaubourg (como também é chamado o Centre Georges Pompidou -- e é o nome do bairro). Quase nunca saía para jantar fora em Paris quando fiquei lá. Mas sempre que saí comi muito bem. Dessa vez foi diferente, muito diferente de qualquer jantar. Comi, comemos, muito bem. Estávamos ali com Elis, assídua frequentadora daquele pequeno restaurante na Passage Molière. Para começar, o proprietário veio nos oferecer o vinho. Como não sabíamos ao certo o que escolher, ele colocou sobre a mesa três garrafas de vinhos de diferentes regiões, aromas e sabores. Provamos todos e a escolha foi unânime: um Rioja, Navajas, espanhol. Diria que era um vinho fantástico, que casou perfeitamente com a deliciosa comida servida. Para matar a saudade, pedi um prato com pato. E, como que para brindar aquele momento, pela janela podíamos ver os primeiros flocos de neve caindo. Era como se a cidade me dissesse, então, que ela me recebia de braços abertos, com o melhor que podia oferecer para mim. Foi, assim, um reencontro memorável. 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Curiosidades de Berlim

Dois causos corriqueiros que passamos em Berlim.

Andando pela ilha dos museus, no coração de Berlim, vem uma cigana e começa a pedir dinheiro para nós, em inglês. Logo atrás, um casal alemão que, vendo aquilo, começa a gritar com ela: "Saia daqui! Você quer que eu chame a polícia?". O homem saca o celular e finge (ou não) ligar para a polícia. A cigana sai correndo para muito longe dali. A dúvida pairou no ar: é proibido pedir dinheiro ou os ciganos são ilegais?

Num restaurante, pagamos a conta em dinheiro (na Alemanha, são poucos os lugares que aceitam cartão). O garçom, até então gentilíssimo, vê que o dinheiro está certo. Com cara de desapontamento, ele mostra na comanda: "The tip is not included". Dar gorjeta não é obrigatório, mas é de bom tom deixar algumas moedas para o garçom. Eu tinha me esquecido disso... 

E por falar em saudade...


Fora as histórias bizarras, estressantes e engraçadas pelas quais passamos nesses quinze dias, há muito o que ser comentado. Não apenas o fato de rever Paris e sentir novas impressões da cidade, mas conhecer um país novo, hábitos e muitas curiosidades sobre ele. Culinária, paisagens, passeios... A Alemanha me surpreendeu para o bem, rompeu com alguns preconceitos bobos e me ofereceu uma acolhida surpreendente. Por ter vivido em Joinville, terra de cultura alemã, eu fui para lá com algumas ideias fixas, sobretudo em relação ao povo. Eis que o contato -- embora rápido e sob a perspectiva do turista -- eliminou algumas dessas ideias. Visitar a Alemanha significa entrar em contato com um país que sofreu a destruição de duas guerras mundias e uma guerra fria, mas que passou por cima de todas as dificuldades, se reconstruiu e hoje é uma das grandes economias do mundo. Eles têm do que se orgulhar. Resquícios do nazismo foram apagados. Hoje vemos monumentos construídos para lembrar o holocausto, apontar as monstruosidades e dizer que o país não é aquilo ali. 

Por outro lado, a Alemanha é um país de belezas naturais estonteantes, embora pouco conhecidas. Conseguimos ver pouco, sobretudo pelas dimensões do país somadas ao pouco tempo de que dispúnhamos. Mas deu para perceber que não é pouca coisa. O frio foi generoso conosco... chegamos em Berlim com um frio congelante, que eu calculo em torno dos -15ºC. Na medida em que íamos passando pelas cidades, a neve ia aumentando cada vez mais, e atingiu seu auge na Floresta Negra, no pico de Feldberg. Depois, retornamos a Paris e saímos de lá com uma temperatura agradável de 10ºC. Como dá para perceber, há muito o que ser contado...

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A história do fiscal do trem

Freiburg im Breisgau, Alemanha. De lá, pegamos um trem para Titisee, no meio da Floresta Negra. Como sempre, tudo foi feito correndo, às pressas. Chegamos atrasados na estação, precisando de trocado para comprar os bilhetes do trem (as máquinas não aceitam nota maior de 20 euros). Sobe escada, troca dinheiro, volta, compra os bilhetes correndo... e agora, para validá-los?

Na França e na Itália, ao entrar no trem, você precisa validar o bilhete. Caso não faça isso, a multa gira em torno de 40 euros. Acostumada com isso, procuro a maquininha para validar o tal do bilhete. Não encontro... o trem saindo já. Pergunto a uma moça, que simplesmente diz: "Entra, entra". 

O trem era regional, apenas 40 minutos de uma cidade a outra. Nada muito complicado, mas eu estava com o frio na barriga pensando no tal fiscal. Ainda comentei com o Alexandre que, caso o fiscal aparecesse, iríamos para outro vagão (estratégia francesa bastante utilizada). De repente, como num passe de mágica, o fiscal está ali, parado, ao nosso lado. F****, pensei. E agora? Correr? Fugir? Pagar 80 euros de multa? Implorar perdão? O fiscal olha o bilhete de um passageiro, ok; de outro, ok. Há uma moça ao lado do Alexandre. O bilhete dela estava com problemas. Não sei exatamente o que se passou, já que não entendo uma palavra de alemão. Só sei que o fiscal passou um sermão tenebroso naquela mulher, apontando-lhe o dedo em riste, sem alterar a voz, mas com autoridade que se permite ter. Durante todo aquele tempo, uns 5 ou 10 minutos, não consegui precisar o tempo que se passou, eu só fiquei pensando no sermão que levaríamos. Ele dirá tudo em alemão, não entendemos nada, será inútil reclamar no parco inglês que tenho... seremos expulsos do trem, nos será cobrada uma multa estratosférica... 

Terminado o sermão na mulher, o fiscal muito tranquilamente rasga o bilhete dela em pedacinhos, dá as costas e, como num conto literário, ele sai do trem. Olhares entre mim e Alexandre e risos abafados. Será possível?! Escapamos da fiscalização? Bom, então vamos, por segurança, para um vagão que ele já fiscalizou. Faltavam apenas duas estações para chegarmos em Titisee. Quando estávamos saindo, em pé defronte à porta do trem, olhamos o fiscal. Ops... fingimos que não era conosco. E saímos correndo do trem tão logo ele parou. Ufa! Escapamos de uma multa.

Na volta, eu comprei o bilhete e falei: eu vou validar isso daqui pra não correr risco nenhum. E então a descoberta: o bilhete não cabe na maquininha de validação. Como assim? Observando os outros passageiros, descobrimos que não era preciso fazer isso... não havia nada de errado conosco. Estresse à toa. Pode?

A história do voo para Berlim


Depois de anos, comprar novamente passagens da EasyJet faz relembrar as pendengas e os apertos de viagens pela Europa naquele ano 2008/2009. A empresa trabalha com a política de voos muito baratos para vários destinos, o que é muito bom para economizar. Mas se você perder o voo ou quiser algum conforto a mais, o preço vai lá nas alturas. A economia é: carregar apenas bagagem de mão, se debater entre todos os passageiros para conseguir lugar bom no avião e não ganhar nem uma barrinha de cereal durante o voo.

Como a passagem de avião era muito mais barata do que de trem, comprei Paris - Berlim. E o despacho de uma bagagem. Dia da viagem: 06 de fevereiro, final da tarde. Estávamos no centro de Paris e nos atrasamos durante o almoço... era para sairmos da casa da Elis às 15h, mas saímos apenas às 15h30. Como o voo saía de Orly-Sud, teríamos que atravessar a cidade (de metrô e ônibus) para chegar no aeroporto e passar por todos os procedimentos de embarque. Somente pouco antes de sairmos, percebi que o voo estava marcado para 20 minutos antes do que eu imaginava. Ou seja, estávamos muito atrasados

Correria pelos metrôs: sobe escada, desce escada, pega o metrô, faz baldeação. Chegamos, exaustos, em Denfert-Rochereau para pegar o OrlyBus. O ônibus estava lá, saindo... corremos pela praça e conseguimos pegar o ônibus. Isso tudo com uma mala de 20 kg na mão. Chegamos no aeroporto exatamente às 16h30 (o voo saía às 17h10). Corri para o monitor e vi que o embarque estava acontecendo! Nova correria até o check-in. Fila. Falo com um funcionário: "Madame, seu check-in fechou há 4 minutos". E agora? "Corre ali no guichê 90". Não quis saber se havia alguém na fila, falo direto com o funcionário, que fica desesperado e, às pressas, despacha a nossa bagagem. Aviso: embarque imediato no primeiro andar. 

Bagagem despachada, basta entrar, certo? Errado. No primeiro andar, para passar pelos procedimentos de segurança, uma fila de perder o fôlego. "Se perdermos o voo, pelo menos a bagagem vai"... e adivinha quem disse isso? Vou lá na frente na fila e falo com a funcionária, explico que o embarque do meu voo estava acontecendo, que eu estava atrasada etc. Ela pensa dois segundos e diz: "Ok, pode passar". Ufa! Passamos por aquela fila e... encontramos outra. Agora não há nada o que fazer, apenas esperar. 10 minutos sagrados ali. E passamos pelo detector de metais: tira casaco, computador, bota, documentos. Agora, recoloca tudo no lugar. Saí correndo e olhei novamente no monitor. Embarque encerrado. P*** que te parió, pensei. Saio, novamente, correndo pelo aeroporto e, finalmente, encontro o portão de embarque. Os últimos, exaustos. Só disse: Désolée, sei que estou realmente muito atrasada... a funcionária fez uma cara e passamos. Quando entrei no avião, sequer conseguia acreditar que estava ali. 

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Rever Paris


Quando embarquei para Paris dessa vez, levava comigo a expectativa de como seria rever a cidade, com que olhar a veria dessa vez. Seria o de turista? Paris é sempre marcante, para o bem e para o mal.

Logo que chegamos fomos obrigados a passar por duas das estações mais temidas: Denfert-Rochereau e Châtelet-Les Halles. Quem já passou por lá sabe do que estou falando: escadas e labirintos para todos os lados. A aventura maior foi mesmo em Châtelet, como sempre: duas esteiras enormes, várias escadas, catraca e o pico das 17h parisiense. Depois de 1h30 desde que descemos do avião, conseguimos chegar ao ponto onde encontraríamos com Elis, sob uma temperatura de -3ºC. 

A despeito dessa chegada tumultuada, que não afastou meu bom humor em nenhum momento (afinal, estava em Paris), mais tarde fomos ao centro para jantar. Depois falo com calma desse jantar, pra lá de especial. Ao sair da estação, virar à direita e me deparar com o Pompidou ali bem na minha frente, enorme e estranho, veio a sensação de que eu ainda não havia saído de Paris. Era como se os três anos que separaram minha partida e meu retorno à cidade não tivessem surtido efeito nenhum. Paris estava ali, viva, como estava na minha memória.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Paris - Alemanha

Chegamos. Depois de 15 dias líquidos de viagem, estamos novamente em casa. São muitas as histórias (engraçadas, estressantes, bizarras etc.) que pretendo contar. Em breve. Por enquanto, algumas fotos aqui.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Allons-y


Revê-la. Embarcamos amanhã e voltaremos dali a 17 dias.
Vamos?