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sábado, 31 de janeiro de 2009

Derradeiras imagens

Hoje saí por Paris atrás das derradeiras imagens da cidade, aproveitando os raros momentos de sol neste inverno que está tão gelado. Combinei com a Rhelen em Saint-Michel e fomos andando pelo centro, parando, conversando, batendo fotos. Foram duas horas de caminhada por Paris, enfrentando um vento gelado e a mão doendo de tanto frio. E foi só pelo frio que não fiquei esperando a Torre Eiffel acender suas luzes.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Transições

Estamos, aqui no 5º andar, em fase de transição. Quase todo mundo irá embora entre fevereiro e março. Amanhã vai o Luiz; depois Tadeu; depois eu... em seguida: Campos, Maíra, Higor, Mariana etc. Mas não é apenas por aqui. A Maison inteira está passando por uma debandada geral nesses próximos dois meses. A Ana Maria, também do IEL, vai embora hoje.

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E ontem foi dia de festa, ops, greve. Greve dos transportes, todo mundo em casa. Resultado: festa o dia inteiro! Reunião pela manhã na cozinha para comer cuzcuz nordestino no café da manhã; em seguida, houve as despedidas da Ana Maria e de outros residentes na cafeteria; e aqui na cozinha, a do Luiz. Mesmo assim, ainda tentei trabalhar um pouco.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Coração Ardente

Tadeu ganhou ingressos para a peça Coeur Ardent (Coração Ardente), de Alexandre Ostrovski, em cartaz no Teatro Gérard Philipe, em Saint-Denis. E lá fomos, ontem, mesmo com todos os avisos de greve geral dos transportes. A peça era interessante, nada cansativa (apesar das 3h10 de duração). Pareceu-me um pouco amadora em alguns momentos, com certos exageros de interpretação e adaptação. Um ator, especificamente, parecia mais o Denny de Vito naquelas comédias hollywoodianas exageradas. A jovem que fazia a filha dos burgueses, em busca de liberdade idealizada, também exagerava na dramaticidade que o texto não tinha. Ficou piegas às vezes. Fora alguns outros problemas, acho que valeu eu assistir à minha última peça de teatro em Paris. E se antes eu não conhecia a região de Saint-Denis, em uma semana fui lá duas vezes... Saindo de lá, uma navette levou-nos até Chatêlet e, de lá, pegamos um RER estranhamente vazio. Já prevenidos de que talvez teríamos de voltar para casa ou de Noctilien ou a pé, tivemos a grata surpresa ao não ter de esperar o trem chegar. Abaixo, uma foto de uma rara cena: RER vazio...

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Greve geral

Hoje à noite, mais precisamente a partir das 20h, começa a greve geral. Ao contrário do que se possa pensar, de que pode durar muitos dias, a greve está marcada apenas para dia 29. No entanto, há quem diga que ela pode começar hoje e durar mais algum tempo. Haverá passeata, os trens e metrôs irão parar, alguns voos foram cancelados, os ônibus irão funcionar parcialmente, ônibus intermunicipais também param. O bom daqui é isso: ninguém é pego desprevinido. Dá para se programar, trabalhar em casa, não agendar compromissos. No entanto, contrariando todos os avisos, hoje eu e Tadeu iremos a Saint-Denis ver uma peça de teatro: ela começará às 20h e tem mais de três horas de duração. Depois a aventura será o retorno; navette até Chatêlet e, de lá, tentar pegar um ônibus ou - na pior das hipóteses - vir a pé pra casa.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Seis bilhões de outros

A exposição que está no Grand Palais, 6 milliards d'autres, parte de uma idéia um tanto simples: são entrevistas com pessoas de 75 países. Foram seis repórteres que saíram mundo afora procurando outras pessoas, fazendo as mesmas perguntas simples a pessoas muito diferentes: "O que você quer transmitir aos seus filhos? Qual é o seu maior medo? O que é o amor para você? Você perdoa facilmente? O que você acredita que há após a morte?", alguns exemplos das 40 perguntas formuladas. As respostas - as mais diversas possíveis - foram divididas por temas, editadas e expostas em tendas, espalhadas pelo salão do Grand Palais. Essa diversidade de respostas - independente do país, da cultura, da religião ou da etnia - garante alguns espantos, gargalhadas e histórias tristes. Os vídeos têm duração de 18 minutos a quase 1 hora. Para quem tem pouco tempo, é possível assistir apenas a alguns fragmentos do conjunto de depoimentos, que foi o nosso caso. Pena que pudemos ver tão pouco de tudo o que havia. Valeu, também, poder entrar e ver a beleza monumental do palácio.
Alexandre já está viajando de volta ao Brasil. Chega ainda hoje, apesar de uma escala de 5 horas em Lisboa. Vou usar as mesmas palavras de Tadeu, quando sua esposa foi embora: o que me consola é que em três semanas eu vou também.

Despedidas

Neste último final de semana de Alexandre aqui em Paris, estamos nos despedindo da cidade. Ontem fomos a Saint-Denis, bairro periférico ao norte de Paris, para visitar a Basílica de Saint-Denis, lugar onde estão enterrados quase todos os reis da França.

Segundo reza a lenda, Saint-Denis foi decapitado em Montmartre e foi andando com sua cabeça nas mãos até o lugar onde realmente sucumbiu, foi enterrado e que mais tarde se tornou a basílica. Como lá é o lugar em que Saint-Denis foi enterrado, todos os reis também quiseram ir para lá.

Mais à noite fui apresentar o couscous marroquino para Alexandre, que na verdade pediu tajine vegetarina. Eu, como de praxe, comi deliciosamente o couscous e carne de carneiro. Fomos acompanhados dos amigos Tadeu e Elis.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Problemas de estacionamento

Estacionar o carro nas ruas não é um grande problema por aqui. É comum os motoristas estacionarem com parte do carro ocupando as calçadas; ninguém vai ficar constrangido se não soube fazer baliza. Na pior das hipóteses, se é um motorista pouco paciente ou com pouca prática, um Smart resolve. Esses minúsculos carros (digo também que são um pouco egoístas, pois são projetados para apenas duas pessoas) cabem em qualquer lugar:

Paraíso das compras

Para muitos, Paris é o paraíso das compras, seja em moda, comida ou quinquilharias. Para mim, é o paraíso dos livros (não ignoro os outros itens, verdade). Mas eu não sei por que somente ontem eu entrei na livraria que fica em frente à universidade: que paraíso achado! E quase o perdi, por pouco. Encontrei alguns livros que estava procurando e já estava quase desistindo de comprá-los. Por outro lado, tive de me conter, pois os livros não são os mais baratos possíveis, pois não são de bolso (edições normalmente mais baratas) - além do que, tenho de pensar no limite de bagagem. Não sei se foi sorte ou azar encontrar a livraria somente agora, às vésperas do retorno.
De resto, a semana foi dedicada ao trabalho, como serão as seguintes, para resolver algumas pendências. Como Alexandre vai embora na segunda, este final de semana será de andanças pela cidade para ver o que nos falta.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Nascimento, recriação e morte

Para quem não sabe ainda, eu estudo tragédias, as peças de teatro denominadas tragédias. Mais especificamente, peças teatrais de Nelson Rodrigues. E é este justamente o objeto de minha pesquisa aqui em Paris: como a tragédia se mantém na modernidade? Vasculhei livros, bibliotecas, vi palestras, aulas, seminários sobre o tema. E hoje eu ouvi (e vi) talvez a maior autoridade no assunto ainda viva: George Steiner. Ele foi o responsável, creio que na década de 60, a declarar que a tragédia estava morta. Antes, Nietzsche havia estudado seu nascimento. E tantos outros tentam pensar em como ela é recriada. Hoje o tema de sua palestra foi a respeito de Os Sete Contra Tebas, escrita por Ésquilo. Fica, aqui, o orgulho por ter visto e ouvido um dos grandes estudiosos do tema - e talvez o único ainda vivo.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Infrações fotográficas

Tirar fotos de livros não é a atitude mais legal que se possa fazer em uma biblioteca. E legal no sentido de lei, não de bacana. Mas quando nos faltam recursos e tempo, a máquina fotográfica está lá, sempre pronta, na bolsa. E hoje ela foi necessária: Alexandre me pediu para fotografar um livro raro, objeto de sua pesquisa. Lá pelas páginas finais, eu comentei com ele a nossa irregularidade. "Ah, não. Tá tranquilo", foi a resposta do sempre calmo Alexandre. Maldito sexto sentido. Dois segundos depois, surge um funcionário da BNF, mostra sua carteirinha como um policial e diz: "Vocês não podem fotografar livros aqui!" E falou mais um monte de coisas que mal ouvi de tão atordoada que estava. Pediu para que o acompanhássemos até o balcão da sala. Alexandre se prontificou para ir, mas ele se vira para mim e diz: "Você também. E sobretudo, com a máquina fotográfica". Danou-se, teremos de deletar todas fotos, pensei, que naquela altura já ultrapassavam a casa da centena.

No balcão, um jovem funcionário, muito mais cordial, nos explica:
"É preciso pedir autorização para fotografar. Os livros anteriores a 1918 podem ser autorizados, mediante situação física deles. A autorização deve ser solicitada e, se não for feita, vocês podem ser expulsos da sala e as carteirinhas são retidas. Por favor, preencham essa ficha."
Depois de preencher, ele olhou o livro, viu que era do final do século XIX, autorizou as fotografias, pediu que cuidássemos do livro e que sentássemos em uma mesa ali próxima, e pronto! Nada de funcionário-policial, de olhar severo e cartão de identificação. Só faltou as mãos para o alto. O susto foi grande e quase entreguei meus documentos, com o direito de ficar calada.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Anti-postagem

Voltamos de Portugal e, além de termos ficado dias sem internet, nos metemos numa mudança de quarto. Resultado disso tudo é que o tempo passou e fiquei em crise de criatividade para falar mais de lá. E visitamos muitas coisas, vimos vários monumentos lindos, comemos coisas tão gostosas; mas não consegui pensar em uma postagem para comentar cada uma delas. Lamento, mas Portugal ficará desfalcado aqui no blog. Como prêmio de consolação, restam as fotos.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Das igrejas ou dos mortos

Hoje foi dia de visitar igrejas. Paris tem muitas, muitas mesmo. Apesar do Panthéon ter sido construído para ela e ter tido seu nome, os restos mortais de Santa Genoveva não estão lá. Entramos na igreja de Saint Etienne du Mont (Santo Estêvão) para ver outra coisa, mas foi lá que nos deparamos com o túmulo da santa padroeira (foto ao lado). E foi nessa simpática e despretensiosa igrejinha que também vimos belíssimos vitrais (segundo uma senhora funcionária, os mais belos de Paris, depois dos da Sainte Chapelle) e, curiosamente, o lugar onde estão enterrados os corpos de Jean Racine e Blaise Pascal. Na verdade, não sei se hoje fomos atrás de igrejas ou dos mortos.

Por fim, visitamos a igreja de Saint Eustache para ver um concerto de órgão de tubos, que durou apenas meia hora. Lá, em vez de encontrarmos mortos, o que encontramos foi um senhor bêbado deitado no chão, dormindo. Ninguém sabia o que se passava com ele, se ele estava desmaiado, passando mal, tendo convulsões... por fim, era apenas um bêbado curtindo sua ressaca.

Reta final

Falta menos de 1 mês para meu retorno para o Brasil e já começo, de verdade, a reta final. Com a pesquisa praticamente finalizada (é preciso parar a pesquisa, porque ela não acaba nunca), tenho de me centrar agora para escrever alguma coisa antes da volta. Enquanto isso, nos últimos finais de semana, resta-me bater perna por Paris para registrar as últimas imagens. E visitar os últimos lugares. Fomos, hoje, ao Panthéon: monumento construído para ser igreja dedicada à padroeira de Paris (Sainte Geneviève ou Santa Genoveva), tornou-se depois um templo laico para abrigar os restos mortais dos grandes homens da França (o nome antigo do Panthéon era Igreja de Santa Genoveva). Zola, Victor Hugo, Alexandre Dumas, Voltaire, Rousseau e tantos outros franceses célebres têm seu túmulo no panteão das celebridades intelectuais. Abaixo, uma foto do pêndulo de Foucault, físico que instalou o pêndulo no meio do Panthéon para demonstrar a rotação da Terra.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Castelos de Sintra

Antes mesmo de chegarmos a Sintra pelo comboio, é possível avistar de longe - no alto e imponente - o Palácio da Pena. Colorido e construído sobre as ruínas de um mosteiro que ruiu no terremoto que abalou Portugal em 1755, o Palácio foi residência dos reis de Portugal até o final do regime monárquico, já no século XX. A história dele, portanto, é recente. A mistura evidente de arquiteturas e estilos não esconde, no entanto, a tendência romântica. Por dentro do Palácio há as salas decoradas conforme os reis as fizeram; mas o que o chama a atenção é, de fato, a parte externa e sua imponência perante a cidadezinha de Sintra. E para proteger a cidade de possíveis ataques, um pouco mais abaixo - mas na mesma montanha -, está o Castelo dos Mouros. Construído entre os séculos IX e X, enquanto Portugal estava sob o domínio mouro, as muralhas incrustadas na serra de Sintra foram retomadas pelos portugueses no século seguinte. No século XV o Castelo tornou-se habitação para alguns judeus segregados da cidade e, posteriormente, um lugar de pinturas de D. Fernando II, rei do país. Do alto de suas muralhas é possível avistar toda a cidade de Sintra e também o litoral português, cuja cidade mais próxima é Cascais. Tais monumentos foram as únicas coisas que pudemos ver em Sintra, pois o tempo era curto a ainda tínhamos muito o que ver em Lisboa.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Lavagem d'alma

Em um seminário na Paris III, hoje, um dos professores mais conceituados na área de estudos teatrais lavou minh'alma. Ele disse, ao falar da cena contemporânea, mais ou menos assim: há atores que ligam o piloto automático, eles estão encenando, mas não estão ali. E entre os teatros que ele citou, um foi a Comédie Française. Já estava me achando uma total incompetente por não ter compreendido as peças Le mariage de Figaro e L'illusion comique. Mas agora percebi que o problema não foi meu ou da minha ignorância, mas dos atores.

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Interessante foi o encontro que ocorreu depois: Brasil-Portugal. Na sala do seminário, havia outros dois brasileiros. Além deles, uma professora portuguesa com quem eu já tinha estabelecido contato. E fomos todos almoçar juntos, os lusófonos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Ó musa do meu fado

Em Portugal pudemos nos sentir à vontade, tranquilos e em casa. Não só pelas referências globais, frequentes (é difícil escrever sem o trema) na TV portuguesa e nas casas dos portugueses, mas também pelos costumes bastante próximos e - especialmente - pelo poder que detemos ao conseguir nos comunicar na nossa língua materna. Ah, que facilidade fazer perguntas e ser compreendida! Claro, salvo por algumas trocas que devemos fazer: trem = comboio, ônibus = autocarro, banheiro = casa de banho, celular = telemóvel, alô = tô sim, ponto de ônibus = paragem de autocarro... detalhes à parte, nos sentimos perfeitamente acolhidos pela pátria-mãe. Eles, no entanto, juram que falamos brasileiro e não português. Nem me dei ao trabalho de contrariá-los.

Fomos conhecer Porto, Lisboa e Sintra. Eu, Alexandre e Priscila (os dois aniversariantes do mesmo dia)... Chegamos em Porto, onde ficamos dois dias; em seguida, eu e Alexandre descemos para Lisboa e Priscila foi para Fátima. De Lisboa fomos para Sintra, passar meio dia para conhecer o Palácio da Pena e o Castelo dos Mouros (este último, lugar onde foram filmadas algumas cenas da série Os Maias). Comemos bastante bacalhau, tomamos bastante vinho, visitamos uma cave de vinho do Porto, vimos os famosos rios Douro e Tejo, comemos muitos pasteizinhos de Belém, fomos na Casa Fernando Pessoa, nos deparamos com o túmulo de Camões, de Fernando Pessoa, de Vasco da Gama, de Alexandre Herculano... foi, enfim, uma grande e inesquecível viagem ao país que nos legou tanta coisa. Infelizmente, não conseguimos ir a nenhuma apresentação de fado.

Imagens

Foram 10 meses em um apartamento de duas peças na Maison du Brésil. No último mês não apenas mudo de quarto, mas também de visão. Do lado oeste, onde estava até ontem, a janela está voltada para dentro da Cité U... e lá presenciei as mudanças estacionais de Paris de uma forma bem voyerista. Assim que cheguei, em março, me encantei com a visibilidade de várias outras casa da cité, com as árvores ainda secas no final do inverno passado:

E foi em abril que vi, da minha janela, a primeira neve...

Depois veio o verão parisiense, as árvores estavam com suas folhas totalmente verdes, fato que me proporcionou um outro ponto de vista em relação à cidade:

Em seguida, o outono, experiência única - já que não há nada igual no nosso país tropical. As folhas amarelando e caindo, pouco a pouco, mostrando a imagem que em seguida se consagraria no inverno:


E foi também da minha janela que presenciei uma raridade em Paris: uma nevasca como não ocorria há 10 anos por aqui... um espetáculo à parte, com a beleza alva da neve.

E como uma forma de despedida, na terça-feira Alexandre conseguiu captar a imagem de um arco-íris que se formou no céu; visão também possível do lado de lá. Do lado de cá, nada disso é visível. Fui espectadora vip de shows naturais nessa terra chamada Paris.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Escusas

Sei que o blog está um tanto desatualizado, mas a internet está de mal a pior por aqui. Enfim, hoje ela parece que retornou à ativa (por quanto tempo, não sei); no entanto, já é tarde, estamos cansados de uma mudança de quarto e queremos descansar. Consegui apenas disponibilizar algumas fotos da viagem a Portugal no álbum. As histórias vêm depois.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Off-line

Chegamos de viagem ontem à noite, com muitas fotos e histórias para postar. No entanto, eis que estávamos (e ainda estamos) sem internet. Como não sei quando a internet irá voltar, por enquanto o blog ficará suspenso. Além disso, amanhã cedo faremos nossa mudança de quarto e teremos de dedicar alguns momentos para isso.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Foi para Portugal...

...perdeu o lugar. Espero, na verdade, que nossas coisas ainda estejam por aqui quando voltarmos de Portugal, mesmo que tenhamos que preparar tudo bem rápido para a troca de quarto na semana que vem. Brincadeiras à parte: amanhã vamos para Portugal. Destino inicial, Porto. De lá vamos para Lisboa e, quem sabe, para Sintra. Ao menos são os planos, mas a gente nunca sabe até onde eles dão certo. De resto, hoje tivemos um tremendo jantar italiano preparado pela esposa e pela cunhada do Tadeu (Lígia e Camila, respectivamente), em comemoração ao aniversário da primeira. Delícia de brusqueta, lasanha e tiramisu. Grazie mille!

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Frio

O frio tá pegando por aqui. Hoje saímos para comprar pão e, como o Montsouris está fechado por motivo de segurança, demos a volta no parque por fora. E eis o termômetro: -5ºC! Durante a madrugada o frio deve chegar a -10ºC (ao menos é o que dizem os sites de meteorologia). Parou de nevar, mas o gelo continua lá, quase intacto, parcialmente destruído apenas pelos pedestres. Difícil vai ser sair agora à noite para retornar às aulas de francês!

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A Samaritana

La Samaritaine é uma grande loja às margens do Sena. Não a conheço por dentro, pois está fechada para reformas. Mas sempre que a gente vai ao centro, é possível ver o prédio - grande e bonito. Recentemente eles colocaram, para adornar suas paredes externas, fotos de recém-nascidos, como essas da foto acima. São crianças com menos de 1 hora de vida que estão estampadas nos grandes cartazes. Apenas uma curiosidade - e porque há tempos tenho vontade de bater fotos desses bebês que, de forma tão inusitada, chamam a atenção dos transeuntes.

Novamente, a neve

Confirmando a previsão, hoje acordamos com a neve lá fora. Uma outra vez, tudo branquinho; mas a neve continua insistente e há previsão de que ela fique o dia inteiro. Há alguns momentos em que ela enfraquece; depois engrossa um pouco. Apesar dela já ter dado o ar de sua graça nos últimos dias, hoje é o dia com maior presença da nossa fria amiga; tanto que há camada de neve nas ruas, calçadas e gramados. E conseguimos realizar desejos antigos: fazer bola de neve nas mãos, deitar e sentar na neve, ver bonecos feitos de neve... dizem que há 10 anos não nevava tanto! Abaixo, um rápido vídeo de hoje cedo e novas fotos no álbum.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Sainte-Chapelle

Foi uma hora de espera até conseguirmos entrar na Sainte-Chapelle. O pior não foi a espera, mas o frio de 1ºC. Já estávamos cansados (já tínhamos passado pelo Louvre e pela Conciergerie) e o tempo nos pareceu longo demais, inclusive porque não ficamos mais do que 20 minutos lá dentro...
Construída por Louis IX (ou São Luís) para guardar as relíquias da Paixão de Cristo (que hoje estão no tesouro da Notre-Dame), a Sainte-Chapelle conta com 15 enormes e lindos vitrais (na alta capela - ou capela superior) que representam mais de mil cenas bíblicas. A parte alta era onde os reis e alta corte participavam da missa; já os serviçais do Palácio, esses se reuniam para as santas celebrações na capela inferior. A Sainte-Chapelle e a Conciergerie são, hoje, os únicos prédios que restaram do Palácio da Cidade, residência dos reis por quatro séculos. Durante a Revolução Francesa, a Conciergerie tornou-se prisão e foi o lugar do encarceramento de Maria Antonieta; hoje é visitada especialmente por aqueles que desejam saber como a última rainha da França passou seus últimos momentos de vida. Enquanto isso, a Sainte-Chapelle foi um depósito de farinha dos revolucionários. Acima, no vídeo, uma mostra dos vitrais da Sainte-Chapelle.

Santo Primeiro Domingo

Ao longo do ano fui fazendo muitas coisas, mas também deixando outras para trás, especialmente as que são pagas. Por isso, nesses últimos momentos aqui em Paris me restaram alguns lugares para conhecer. E foi devido às graças do Santo Primeiro Domingo que conseguimos hoje visitar a Conciergerie e a Sainte-Chapelle (além de mais uma passagem pelo Louvre): por conta da gratuidade do dia, montamos um super roteiro de visitas turísticas (só para lembrar, Alexandre vai embora em 3 semanas). Começamos pelo Louvre, ainda cedo, às 9h da manhã (ilusão achar que por conta do horário o museu estaria menos cheio); em seguida, depois de uma pausa para almoço e café, fomos à Conciergerie e de lá encaramos uma fila de 1 hora para poder entrar na Sainte-Chapelle. Ainda tínhamos previsto ir ao Panthéon, mas hoje, extraordinariamente, ele fechou as portas às 14h por conta de um homenagem a Braille, feita lá. Maratona pesada, mas que nos polpou gastos não contabilizados. Além disso, para mim talvez seja muito pagar 12 euros para entrar nos únicos prédios restantes do Palácio da Cité, residência dos reis franceses entre os séculos X e XIV.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Os dois moinhos

O filme de Amélie Poulain (Le fabuleux destin d'Amélie Poulain) talvez tenha sido o filme francês que mais alcançou o gosto popular no Brasil na última década. O filme conta a história da altruísta Amélie, que - paralelo ao seu emprego de garçonete no Café des 2 moulins (Café dos dois moinhos), em Montmartre - resolve ajustar a vida de muita gente, inclusive a sua. Hoje fomos, então, conhecer o famoso café, que se tornou ponto turístico da região. Dentro do bar, há um enorme cartaz do filme e vários lembretes de cenas:

E para quem não lembra, eis aqui um vídeo do filme. A abertura deste vídeo é do próprio café hoje visitado:


sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sou caipira pira pora

Ainda era cedo quando Alexandre levantou hoje. Estava escuro e antes mesmo de um bom dia, ele me disse que lá fora estava tudo branco de neve. Levantei e fui conferir com olhos míopes o que estava acontecendo. E estava ainda um pouco escuro quando resolvemos descer. A desculpa: ir ao banco e carregar o Navigo; a verdade: ver a neve de perto. Passando pela estação, vimos na tela a temperatura: -2ºC. E ao entrar no Montsouris, a grata surpresa: um enorme lago congelado e todo branco! Os caminhos branquinhos, flocos de neve caindo, galhos secos de árvores cobertos de neve e, claro, algumas pessoas fazendo cooper (não poderia faltar). Cenário perfeito para fotos feitas por uma caipira que presencia a neve pela primeira vez; elas, aliás, estão no álbum.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Novo ano

E começamos 2009. A festa de virada em Paris é diferente do que estamos acostumados no Brasil: não há fogos de artifício, não há música em lugares públicos e a comemoração costuma ser em festas privadas, fechadas e caras. Talvez seja assim por conta do frio, pois ontem fomos passar o réveillon sobre a Passarelle des Arts, simpática ponte apenas para pedestres que fica em frente ao Louvre, e o frio era de congelar. Além do frio, havia muita neblina e a Torre Eiffel só podia ser vista por conta do farol que fica no seu topo. Meia-noite a torre piscou, abrimos os champanhes (que estavam geladinhos pelo frio), desejamos feliz ano novo a todos do grupo, ficamos um tempo e voltamos pra casa antes que tivéssemos uma hipotermia. Elis e Adèle (as duas francesas que estavam conosco) foram a uma festa fechada, mas nós voltamos para lavar a louça do jantar.