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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano Novo

A todos os amigos, (des)conhecidos e parentes que dão uma passada eventual por este blog, desejo um Feliz Ano de 2009!
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Por aqui teremos um jantar de confraternização, na cozinha do 5º, com um grupo de aproximadamente 15 pessoas. Em seguida, sairemos para passar a virada nas ruas geladas de Paris. Para garantir a segurança de todos (já que Sarkô reenviou recentemente tropas para o Iraque e a França se tornou, então, bastante visada), a prefeitura colocou um número bastante significativo de policiais nas ruas, além de proibir o trânsito em torno da Champs-Elysées e da Torre Eiffel (os lugares onde há maior número de aglomerações, algumas centenas de milhares de pessoas são esperadas!). É expressamente proibido circular com garrafas nas mãos e, bien sûr, bombas. Talvez por isso não haverá fogos de artifício. E para garantir que todos possam voltar para casa, o transporte coletivo (ônibus, metrô, tramway e RER) será gratuito de hoje - a partir das 19h - até amanhã ao meio dia! Haverá um super-esquema de transporte: metrôs que funcionarão a noite inteira, freqüência das linhas de RER e as linhas de Noctilien (ônibus noturnos) para a periferia. Tudo tem de sair perfeito, afinal de contas, aqui é Paris!

terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Colis suspect

Colis suspect é uma palavra-chave aqui. Ela significa: pacote suspeito. Suspeito de quê?! De bomba, oras. Há avisos por toda parte: fiquem atentos! Se você encontrar algum pacote suspeito, avise a segurança imediatamente. Com isso, muitas vezes os metrôs ficam parados, há evacuação de shoppings, lojas e... biblioteca. Hoje, ao chegar na BNF, a primeira coisa que o atendente me disse: há um colis suspect, prepare-se! Evacuaremos as salas... houve telefonemas, cochichos. Fiquei olhando, mas as horas passaram e não fomos retirados da biblioteca. Alarme falso, como na grande maioria das vezes.

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E ainda na biblioteca: eis que olho pelo vidro e vejo flocos de neve caindo. Pena que, ao encontrar o chão, os fracos floquinhos se desfaziam e viravam apenas uma marca molhada. E eis que chegando na Cité, parte do chão estava coberto de gelo; algumas partes escorregadias. Para amanhã, dia da virada, também há previsão de neve.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Papo de metrô

Eu gostaria de perguntar aos franceses qual é o método que eles usam para aprender o português tão facilmente! Essa constatação não vem do nada, mas de observações diversas, já que conheço alguns franceses que falam muito bem o português. E mais o de hoje... Estávamos no metrô, voltando para casa depois de trabalhar na BNF, eu e Alexandre conversando naturalmente. Do nada:
- Brasileiros?
O primeiro pensamento que veio foi de que era um turista perdido, querendo ajuda e vendo um oásis no deserto. No entanto, a voz era estranha, com um sotaque. Vimos um rapaz que dirigia a palavra a nós:
- Sim.
- A minha namorada também é brasileira e ela me ensinou o português.
- E você é francês?
- Sim, eu nasci na França (ele ficou reticente em dizer se era francês. A primeira resposta foi que o pai é da Argélia e a mãe, francesa).
- Mas você já foi para o Brasil?
- Não, mas eu vejo a novela toda noite, pela internet. Quando eu durmo, eu sonho com o Brasil.
(Risos)
- Vocês sabem o que os brasileiros falam dos franceses? - perguntou o rapaz.
- O quê?
- Que francês não toma banho... só usa perfume... (e cai na gargalhada). Perguntamos se era verdade e o rapaz foi categórico: não, não é verdade! Mas aqui faz muito frio.
E o rapaz continuou falando do Brasil, da namorada, o que ele conhece do nosso país:
- Eu adoro a música brasileira. Eu conheço pagode, funk... (nem vou citar os grupos musicais aos quais ele se referiu). E eu gosto mesmo é de mulher brasileira, não gosto das francesas. Mas a mulher brasileira é difícil, é ciumenta!
Claro que a conversa não foi exatamente nessa ordem, nem com essas palavras. Ele usava várias palavras em francês, mas para alguém que aprendeu com a namorada e nunca foi ao Brasil, o português dele era muito bom! A conversa, no entanto, foi interrompida pois a nossa estação tinha chegado e tivemos de descer. E o primeiro pensamento em comum ao descer: mais um post para o blog...

Preparativos

Começo a pensar no que faremos no Réveillon. Sei que o sonho de muitos é passar uma virada de ano em Paris; mas fora o glamour que ronda a Cidade Luz, devo dizer: não haverá queima de fogos por aqui e... teremos de encarar um frio de -3ºC se quisermos ir para a rua ver alguma coisa (que ainda nos é desconhecida). A idéia é passar a virada com alguns amigos, ver a provável festa pela cidade. No entanto, esqueçam o glamour: voltar para casa de RER lotado até o último centímetro quadrado não é nada chique. Mesmo assim, sair e ver a cidade é a melhor opção; antes isso do que ficar trancafiado na Maison du Brésil.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Iluminação natalina

Para mostrar um pouco como está a iluminação de Natal em Paris. Vídeo emprestado do site da Prefeitura de Paris.

Paris vous souhaite de belles fêtes !
envoyé par mairiedeparis

Lições de um inverno recém-chegado

Resolvemos, hoje, atravessar a cidade e ir ao 19º arrondissement para conhecer o Parque de la Villette, ponto extremo da cidade contrário ao que estamos. E foi lá que tivemos duas grandes lições: 1ª) O inverno apenas está chegando; 2ª) Os nossos acessórios (cachecóis e luvas) não são suficientes para o que está por vir. Com temperatura bem baixa, de aproxidamente -1ºC, tudo parecia congelar: as mãos, o nariz, o queixo, as orelhas, os pés. Dentro da bolsa, tudo estava gelado, desde a máquina fotográfica até o guia Routard de Paris. Depois da Villette, fomos ao Buttes-Chaumont, que Alexandre ainda não conhecia... e eis a surpresa: o lago do parque está congelado! Na foto acima, há patos que estão na água que ainda não congelou e há patos em cima do gelo. Abaixo, um rápido vídeo do Alexandre jogando uma pedra no gelo (queríamos ver se o gelo era fino ou grosso). De lá, viemos correndo pra casa para poder tomar uma bebida quente e aquecer o corpo.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Joinville

Joinville foi a cidade onde cresci. Ela se orgulha de ser a "Cidade dos Príncipes", pelo fato de suas terras terem sido dote de casamento da Princesa Dna. Francisca com François-Ferdinand-Philippe d'Orleans, Príncipe de Joinville - embora nunca nenhum príncipe tenha pisado em suas terras. E daí o seu nome, homônimo de uma cidade francesa. Eis que hoje, em uma visita ao Museu da Vida Romântica, me deparo com o quadro ao lado, retrado de Dna. Francisca, pintado por Ary Scheffer. E o nome da tela: A Princesa de Joinville; mas este nome não se refere à cidade catarinense, não. Em seguida, as explicações: nascida Dona Francisca de Bragança, princesa do Brasil, filha do Imperador D. Pedro I, casou-se aos 19 anos com o príncipe e veio com ele para Paris aos 20 anos, em 1844. E foi na própria casa que hoje é o museu onde ela posou para Scheffer.

Posted by Picasa

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

É Balbina, meu amor

Ontem passamos por uma situação um tanto inusitada. Alexandre tinha marcado para cortar o cabelo com uma cabeleireira brasileira, por indicação de Tadeu. Foram dois os fatores que influenciaram sua escolha: ela fala português e o corte era mais barato do que o habitual por aqui. Chegamos lá e nos deparamos com uma figura: Balbina é baiana e vive a 33o por hora; ela não parava um minuto (nem de andar, nem de falar). Simplesmente, ela atendeu quatro clientes ao mesmo tempo! Claro que, com essa pluralidade, um simples corte no Alexandre durou 2 horas! Ela tinha alguns jargões, como "Todo paulista acha que baiano é preguiçoso! Olha a preguiçosa aqui!" Em pouco tempo ela nos chamava de "meu amor", entre outros vocativos como "mes enfants", "crianças", "lindinhos" e outras coisas. Um bom programa para um Natal.

Inverno

O inverno começou dia 21. Ainda está brando, média de 5 a 10 graus; mas será por pouco tempo: esta semana há previsão de até -3ºC. Depois de ter acordado muito tarde e ver que havia um pouco de sol, fomos dar uma volta pelo Montsouris. Foi o bastante para o sol ir embora e ficarmos apenas com o frio do inverno parisiense. Um passeio para ver o ciclo das estações se fechando, já que cheguei no final do inverno; para bater algumas fotos e também para ver como é o Natal por aqui - sem muitas novidades, aliás.

Ceia

Ontem foi a ceia de Natal daqui da Maison. Comida farta e muita gente; champagne, vinho e frango no lugar do tradicional peru. A foto ao lado (para ampliar, basta dar um clique na foto) mostra um pouco o que tivemos ontem para jantar. Pena que demorou um tanto - até passar pelos discursos oficiais da presidente do comitê e da diretora da Maison - e comemos comida fria. Pena também que a idéia de confraternização foi esquecida e ficou mais a insistência da comilança. Mas, de toda forma, foi uma maneira de abrandar a distância dos nossos nessa época que, por tradição, passamos ao lado dos familiares.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Ho! Ho! Ho!


Para muitas pessoas eu já disse, mas não custa repetir; e para as inúmeras pessoas a quem não escrevi, um Feliz Natal! Joyeux Noël! Passaremos, este ano, um Natal com temperaturas baixas, de aproximadamente 2ºC, e uma ceia coletiva na Maison du Brésil.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ainda em dia

Tudo bem, sei que é Natal e que muita gente vai viajar e tirar férias neste final de ano. No entanto, continuo aqui, com minha saga blogueira, tentando manter atualizadas essas linhas mal lidas. Não vamos viajar nem no Natal nem no Réveillon. Portanto, as novas serão parisienses. Vamos aproveitar o curto recesso para andar um pouco pela cidade e postar algumas impressões.

domingo, 21 de dezembro de 2008

La Madeleine

Já fiz a lista de lugares que ainda não conheço e que quero ir visitar nas próximas semanas. Não são muitos, na verdade, visto que já andei um bocado por essa cidade. Mas como só posso bater-perna nos finais de semana, uma programação é bem-vinda. O programa de hoje era conhecer a Madeleine, igreja cuja arquitetura, neoclássica, lembra o Panthéon. E de fato o prédio era para ser inicialmente um monumento em homenagem ao rei Louis XIV, depois Napoleão pretendeu destiná-lo aos combatentes da França, mas acabou mesmo se tornando uma igreja. Daí sua arquitetura ser tão diferente para um templo religioso. Saindo de lá, fizemos uma caminhada atravessando a Place de la Concorde e fomos até a Capela Nossa Senhora da Medalha Milagrosa... e na volta para casa, na procura do metrô, encontramos uma grande épicerie. É a grande épicerie de Paris (sétimo arrondissement)! Uma perdição em termos alimentares.

sábado, 20 de dezembro de 2008

Onde acaba a razão começam os novos gregos

Os gregos têm curiosidade em saber de onde vêm os turistas. Em vários lugares nos indagaram de onde éramos. Em uma loja de quinquilharias e souvenirs, próxima à Acrópole, a reação do senhorzinho: "Ponham-se daqui para fora!". Em seguida, ele começa a declamar nosso Hino Nacional, para afirmar que é o hino mais bonito do mundo. Então, a revelação: ele era brasileiro! Apesar de morar há 25 anos na Grécia (fato que o deixa com um sotaque leve), ele foi professor no Brasil (em Pouso Alegre!) de Direito Grego e Romano. Orgulha-se dos três alunos seus que entraram no Itamaraty e, ao saber que Alexandre vinha de Águas de Lindóia, afirmou categoricamente que a água de lá é a melhor do mundo! E também foi desse simpático velhinho a frase que dá título a esta postagem, referindo-se aos jovens que dias antes provocaram grandes destruições no centro de Atenas.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Passeio noturno

Depois de passar dois dias acompanhando um colóquio sobre teatro e veemência, pensei que um passeio pela cidade me faria bem. Ver a iluminação de Natal, aproveitar o dia sem chuva, o frio que não está tão intenso. Andamos um bocado: saímos do Panthéon, passamos pela Notre Dame, depois fomos até o Hôtel de Ville, percorremos a Rue de Rivoli e fomos até as Galeries Lafayette (foto acima), que está com sua decoração natalina. Desavisadamente, pegamos lá um coquetel (champagne, foie gras e salmão como boquinha-livre) e uma aviso: haveria "visitas ilustres" na noite, dentre elas Gérard Dépardieu. Não, não o vimos; mas vimos a Miss França...

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Confirmado o vôo de retorno para o Brasil. Será dia 13 de fevereiro à noite. Ou seja, tenho menos de 2 meses para percorrer o que ainda não vi da cidade.

Mykonos

Mesmo que não tenhamos ido a Santorini (devido ao tempo de viagem, de que não dispúnhamos - 9h), visitar uma ilha grega foi uma ótima experiência e também um grande presente dos deuses. Toda branquinha, as janelas das casas são pintadas de azul ou vermelho ou rosa ou azul claro. A cidade deve ferver no verão. Mas, por outro lado, aproveitamos um lado muito interessante da cidade: pegamos, praticamente, nativos por lá. E tanto não tinha turistas, que todo mundo se dirigia a nós em grego... tudo bem, nessa altura já era normal para nós ouvir as pessoas falando em sua língua nativa (embora não entendêssemos nada). Famosa por suas praias e efervescência nos meses de alta temporada, encontramos uma cidade quase que totalmente vazia e praticamente toda fechada. Assim, as 24 horas em que lá passamos foi mais do que suficiente para apreciar sua beleza e curiosidades locais. Em tempo: para quem pretende, um dia, visitar a Grécia, sugiro os meses de maio ou outubro. Ainda é fora de temporada, mas já é tempo de calor e movimento nas cidades.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Revolta e destruição

Chegamos em Atenas em uma época pouco propícia ao turismo. Fato lamentável, pois a cidade oferece inúmeras opções de visitas turísticas e culturais. Fomos testemunhas de uma revolta que gerou manifestos em outros países europeus e também repercutiu no mundo. As manifestações iniciais, há 10 dias, foram por toda a cidade, mas principalmente no centro, na Praça Sintagma (que fica em frente ao Parlamento) e no bairro Exarhia, conhecido por ter problemas com a polícia (e foi onde o garoto levou o tiro). Aqui abaixo, uma foto da árvore de Natal queimada pelos manifestantes na Praça Sintagma:

Além disso, em uma grande avenida, havia sinais de destruição por toda parte: prédios inteiros queimados! Caixas eletrônicos, lojas de empresas multinacionais (Subway, MacDonalds etc.) e até prédios residenciais! Vejam o estado em que ficou um caixa eletrônico (fiquei acuada e não quis bater mais fotos dos prédios queimados):


Não bastasse o fogo, os manifestantes fizeram muitos outros estragos, como se vêem abaixo: vidros inteiros quebrados! Os prejuízos - muitos milhões de euros - vêm sendo arcados pelo governo.

E no sábado em que lá estávamos, passeando desavisadamente pelo centro, nos deparamos com um número muito grande de policiais formando barreiras, o exército com máscaras de oxigênio, mangueiras de bombeiros espalhadas pelo chão, o trânsito estava sendo desviado. Perguntei a um policial se estava tudo ok e ele disse que sim. Continuamos andando e saímos ao lado do Parlamento. Eis que encontramos uma multidão de manifestantes com faixas e mais barreiras policiais. Claro que não ficamos lá para ver no que iria dar tal reunião. Fomos para o hotel, felizmente bem longe do centro, e somente no dia seguinte vimos que houve novos confrontos por lá, novos danos, novos protestos. De toda forma, nosso passeio ficou bastante limitado por conta disso e, acima de tudo, não pudemos entrar na Acrópole.

Idéias no lugar

Para esclarecer um pouco como foi nossa temporada na Grécia, acho importante colocar alguns fatos pelos quais passamos. Especialmente dizer que nem tudo deu certo como imaginávamos e planejamos... Primeiro: a viagem era para ter sido em outubro, já fora de temporada, mas ainda calor e tempo de praia. Depois: antes de a gente ir, houve aquele reboliço em torno das manifestações; foi decretada greve geral no país na quarta-feira, dia 10. Com isso, algo impensável: a Acrópole estava fechada!!! Não, não vimos o sítio arqueológico mais famoso do mundo e berço da cultura e pensamentos ocidentais! Motivo para voltar a Atenas... um dia, quem sabe?

Quando fomos comprar as passagens para Mykonos, o vendedor nos avisou que a ilha estava praticamente fechada, pois é uma ilha praieira: ele queria que fôssemos para Santorini. Essa segunda ilha é conhecida como a mais bonita do conjunto de um total de 3 mil ilhas; mas para chegar até lá, são 9h de Ferryboat. Enfim, chegamos na ilha e, de fato, tudo estava fechado: hotéis, restaurantes, lojas... não consegui comprar um único souvenir da ilha, pois as lojas todas estavam de portas fechadas e com cadeado! O hotel em que ficamos, por exemplo, fica fechado de novembro a abril... a dona "abriu uma exceção" para nós e abriu um quarto. Alugar um carro ou quadriciclo (como havíamos planejado)? Nem pensar! Tudo fechado. Segundo motivo para voltar para a Grécia: visitar Santorini.

Alguns tropeços: sexta-feira, 12. O vôo atrasou quase 1 hora. Chegamos em Atenas já ao meio-dia... até encontrarmos o hotel e nos instalarmos, quase 3 da tarde. Primeira lição do dia: Atenas é muito grande! Fomos enfim ao centro e... cai um verdadeiro pé-d'água; aproveitamos para almoçar e ficamos ilhados por um bom tempo. Quando a chuva parou, já era quase noite, de modo que, no primeiro dia, tudo o que pudemos fazer foi dar uma volta e ver o centro da cidade calmo, sem manifestações. Presenciamos algumas coisas naturais dos gregos: bate-bocas e gentilezas extraordinárias que demonstram um povo "sangue quente". Para quem se interessar, as fotos já estão disponíveis.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Questão de língua

Breves comentários sobre a experiência com a língua grega:

1) Invertendo os papéis:
Na Grécia, quem falava grego éramos nós: língua estranha e incompreensível aos habitantes daquela terra.

2) Falando grego:
Quando fomos a Veneza, eu tentava falar em italiano e só me respondiam em inglês. Na Grécia, o processo foi o contrário... eu tentava falava inglês e obtinha respostas em grego!

3) Enigma da Esfinge:
E a Esfinge disse a Édipo: "Decifra-me ou te devoro!"

Prévia

Chegamos de viagem, cansados e extasiados. São muitas histórias e muitas fotos desse povo tão, como disse anteriormente, caloroso. Presenciamos gestos dos mais antagônicos: desde uma senhora que parava o trânsito para pedir uma informação para nós, até um escandaloso bate-boca entre um passageiro e um taxista. Pegamos chuva, sol, frio, calor. Vimos calmaria e protestos. Andamos de barco e fomos até a ilha de Míkonos, a 6 horas de distância de Atenas de Ferryboat! Isso tudo em apenas 4 dias. Dias aproveitados ao máximo! Em breve, disponibilizarei as fotos da viagem.

sábado, 13 de dezembro de 2008

No meio do caminho...

...tinha um computador e aproveitei o encontro para deixar essa mensagem: estamos em Atenas e esta tudo bem conosco. Ao voltar, muitas historias e fotos a respeito desse povo tao... digamos, caloroso. As palavras estao sem acento pois estou com um teclado grego...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

De sonho a pesadelo

Espero que essa nossa viagem à Grécia, um sonho meu muito antigo, não se transforme num belo de um pesadelo com essa onda de manifestações anarquistas pelo país. São grupos que estão lutando contra reformas na educação superior e na previdência propostas pelo governo. A violência documentada explodiu após a morte de um estudante de 15 anos pela polícia. Os policiais alegam ter dado um tiro de advertência, que teria richocheteado e atingido o garoto. Algumas testemunhas sustentam outra versão. Espero que não atrapalhe nosso vôo, nossa estadia, nossa permanência na capital grega. Li hoje que a tensão sossegou um pouco, mas há mais movimentos coletivos previstos. Bom, voilà, voltamos na terça-feira e dou notícias tão logo pise em terras francesas. Bonsoir à tous.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ilusão cômica

Optar por uma adaptação moderna de um texto clássico é sempre motivo para cuidados: com a linguagem, adaptação, anacronismos etc. A peça que fomos ver hoje, L'Illusion Comique, de Corneille (portanto, século XVII), foi adaptada parcialmente à contemporaneidade. No que tange aos cenários e aos figurinos; mas a linguagem se manteve fiel ao original: versos rimados e alexandrinos, cuja tonalidade era especialmente marcada na sexta sílaba poética. Isso não seria um grande problema, não fossem os longos monólogos das personagens em cena, que me provocaram um sono terrível no meio da peça. O tema me interessava: a pequena nuance que existe entre a comédia e a tragédia; o metateatro, quando uma trupe encena uma tragédia dentro da peça... mas enfim, será preciso ler o texto agora para compreendê-lo melhor.

Sustos

Hoje foi um dia de sustos. Fui pegar minha máquina fotográfica (ficou pronta antes do previsto. Trocaram a tela inteira!) e, quando cheguei ao Centro Comercial, vários policiais e todas as lojas fechadas. Lojas fechadas às 13h30?! Fui andando e a escada rolante estava parada. Em uma rápida conversa com uma senhora, ela explicou: houve uma ameaça de bomba e o centro comercial fechou. Fui à aula que tinha à tarde e, depois, me encaminhei ao mesmo centro para recuperar a máquina. Eis que o metrô ficou parado um tempão na estação e, em seguida, veio a explicação: uma mala suspeita foi encontrada e, por isso, o tráfego da linha estava perturbado... Por fim, para terminar o dia, vejo o noticiário: lutas e manifestações na Grécia. Eu não ficaria tão preocupada se não tivesse uma passagem marcada para a próxima sexta com destino a Atenas. A viagem, antes programada para outubro, foi remarcada justamente para este final de semana. Saberia eu que haveria justamente nesta data manifestações violentas? Enfim: não digo que viajo tranqüila, não. Vamos viajar com muita atenção e limitar um pouco as coisas, dependendo do que encontrarmos pela frente. O maior medo, no entanto, é de que o vôo seja cancelado, já que hoje o país inteiro entrou em greve!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Paris em neve

A neve tem visitado Paris por alguns dias neste princípio de inverno. No entanto, nenhuma delas eu vi: ou estava dormindo, ou estava viajando, ou estava na BNF - como hoje. Tadeu até tentou nos chamar para ver os parcos flocos de neve da manhã, mas já estávamos em nossa tarefa cotidiana de trabalho. No entanto, eis que tiro, do fundo dos meus arquivos, um vídeo feito em março, quando eu recém tinha chegado a Paris. Não é neve, mas o chão fica branquinho branquinho:

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

L'Échange

Tadeu, gentil como é, bateu uma foto ontem no Beaubourg. E me mandou para ilustrar este blog, enquanto meu brinquedinho preferido está no conserto. Merci beaucoup, Tadeu. Ei-la:

Hoje fechei a troca de quarto com a diretora da Maison: dia 15 de janeiro vamos para um quarto de solteiro. Como Alexandre fica até dia 26 de janeiro, eu ficarei apenas 15 dias sozinha no outro quarto. Mas vale pela economia de 200 euros!

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Aproveitando o título da postagem (A Troca), hoje fomos ver o filme de Clint Eastwood, cujo título em francês é L'Échange. O filme conta com a ótima atuação de Angelina "Bonita" Jolie e marca o retorno de John Malkovicth.

domingo, 7 de dezembro de 2008

Rapidinhas

Rápidas notícias do final de semana: sem fotos, apenas um resumo das coisas.
Ontem: festa de aniversário da minha amiga francesa (e parisiense) Elis. Vários amigos franceses foram convidados e tive de rebolar para conversar com eles em francês. Bom, ça va. Deu pra treinar um pouco. Saindo de lá, pegamos o metrô até o centro para, depois, pegar o RER até em casa. Eis que dentro do metrô, um homem ficava se batendo o tempo todo: ele se olhava no vidro da janela, mirava bem e se dava socos ou tapas. Eu evitava olhar (como código de convivência aqui, as pessoas evitam se olhar dentro dos transportes públicos). Mas eis que num momento olho pra trás e ele estava com a boca sangrando. Depois, RER basicamente lotado. Quase passei mal, de tão cheio que estava.

Hoje: dia de museu gratuito. Como Alexandre ainda não conhecia, fomos ao Centre Pompidou, ou também conhecido como Beaubourg. Deu pra ver apenas a parte de arte moderna, sem nos determos na parte de arte contemporânea. Depois, mesmo com um frio de bater queixo, tomamos um sorvete no Amorino. Gelados por dentro, a opção foi tomar um chocolate quente para aquecer. Nos painéis eletrônicos espalhados pela cidade, há sempre um recado mais ou menos assim: "Risco de hipotermia. Use muitas roupas e beba bebidas quentes".

sábado, 6 de dezembro de 2008

Pas de photo

Por um tempo ficarei sem me divertir com fotografias. Hoje levei minha máquina fotográfica à loja em que a comprei, pois ela estava apresentando problemas na tela. Como está na garantia, eles ficaram com o aparelho e me devolverão (se consertado ou não, não sei) no próximo dia 18. Até lá, uma sant'alma irá me emprestar sua máquina para a viagem que farei. Pri, obrigada. Por isso, fotos de Paris somente depois dessa data. Désolée.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Derradeiro mês...

...do ano, que seja bem dito. E por ser curto, bem curto, é também um mês cheio de afazeres. Até o final do mês pretendo terminar todo o levantamento bibliográfico ao qual me propus para, em janeiro e parte de fevereiro, escrever uma parte da tese. Mas, em meio aos livros finais, um colóquio, seminários, aulas e jantares. Esta semana e a próxima estão totalmente cheias, os dias e as noites. Além disso, dois colóquios perdidos (um aqui em Paris e outro em Louvain, Bélgica), uma viagem e um Natal sem árvore, sem presentes, sem preparativos. Enquanto isso, aguardamos ansiosos o frio de verdade para passar um Natal que faça justiça à roupa do Père Nöel.

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Hoje foi dia de curso de francês, para reposição de um feriado que houve. Éramos três (dá até para ser título de um livro), além da professora. Ela chamava: "Hélène..." Esqueci de dizer: como os franceses não conseguem pronunciar meu nome, aqui fiz uma troca e agora me chamo Hélène. O mais engraçado mesmo fica o sobrenome, mas não tem como explicar aqui.

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Na busca pelo frio, uma informação interessante. Em um site meteorológico, dizia o seguinte: "dados marcantes de dezembro em Paris: temperatura máxima, 17,1ºC (16/12/1989); temperatura mínima, -23,9ºC (10/12/1879)"... não imagino Paris debaixo de um frio de quase -24ºC! Mas já faz bastante tempo...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Postagem no estilo Tadeu

Hoje, em homenagem ao nosso amigo Tadeu Taffarello, cujo blog é um dos mais vistos e lidos pelos residentes da Maison du Brésil, resolvi fazer uma postagem à la Tadeu. Vamos lá...

Pessoal:

Hoje o Tadeu fez um jantar de despedida para a Gyselle, que está indo para o Brasil passar uma semana em lugares onde há sol e, de quebra, vai prestar um concurso. Aqui a foto dos que estavam no jantar:
Depois, a gente foi levar o Arthur na estação e aproveitamos para ver o frio que estava lá fora. Vejam a temperatura no termômetro: 01 grau. Pensávamos, na verdade, que estava temperatura negativa. Aproveitamos para ver como saíam as fumacinhas que saem da boca nas fotos (que, aliás, estão vetadas. Viu, Tadeu?!).

E aqui, na volta, vimos uns carros que estavam com uma camada de gelo. Apesar disso, a sensação térmica não era tão baixa.

Foi bem legal. É isso aí. Abraços.
E aqui termina meu primeiro post parodiando alguém...

Dia de trabalho

Hoje, dia de chuva ininterrupta em Paris, também dia de trabalho na BNF. Mas antes de sair, apenas uma curiosidade que se passou na segunda-feira lá mesmo, na biblioteca. Às segundas-feiras, ela abre às 14h em ponto. Em ponto. Chegamos lá 13h55 e uma imagem um tanto interessante: em frente ao guarda-volumes, uma fila de leitores esperando; do outro lado do balcão os funcionários, parados, sentados, esperando dar 14h pontuais para iniciarem o trabalho.

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O francês pergunta:
- Ça va?
O brasileiro responde:
- Saravá.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Chico do Brasil

Este é um vídeo de uma propaganda de telefonia da França. A personagem é um brasileiro, cuja imagem representada nada mais é do que samba, festa e alegria.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

47 do segunto tempo (2) ou coup de théâtre

Não, não ganhei outras duas estadias em Veneza (até porque hoje o Mar Adriático subiu 1,56 m e inundou a cidade inteira!). Agora, o que quase não acontece, mas aconteceu a tempo de marcar um gol nos 47 minutos do segundo tempo de jogo foi em relação à minha vida acadêmica aqui em Paris. Tinha visto a programação do Centre Culturel Gulbenkian e havia, hoje, uma palestra sobre teatro. Fui sem muita expectativa, haja vista as experiências frustradas anteriores em reuniões. Mas eis que, no final, fui falar com a professora que estava organizando o encontro: francesa e casada com brasileiro, fala o português à la Brasil ou à la Portugal (depende do momento e da vontade). Já havia entrado em contato com ela antes, quando estava no Brasil, mas não rendeu frutos. Eis que desta vez ela lamentou que eu esteja tão "perdida" academicamente e me convidou para participar dos seminários de orientandos dela, a partir já da próxima segunda-feira. E na volta para casa, conversando com uma outra moradora daqui que estuda teatro (a parte do espetáculo e sua teoria), ela me falou de uma certa livraria especializada... ei-la: Coup de Théâtre. Foi, na verdade, um coup de théâtre na minha estadia aqui! (Para os não-especialistas em teatro: a expressão francesa significa uma cena que provoca a reviravolta repentina no curso da ação de uma peça.)