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domingo, 30 de março de 2008

Uma despedida para Grazi


Ontem foi a festa de despedida da Grazi (que eu comentei que vai embora). Ela parte amanhã daqui da Maison. Uma festa super-organizada, com direito a DJ Papel fazendo uma homenagem a ela (foto acima). A festa, lotada e agitada, passou das 6h da manhã. Eu não fiquei para ver o fim da festa, mas ouvi do meu quarto... Abaixo, um pequeno vídeo da festa.

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Ontem comprei ingressos para ver A megera domada na Comédie Française, mas apenas em maio. Segundo Pablo, imperdível.

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Um outro parque: Buttes Chaumont. Lindo, com direito a gruta e cachoeira, tudo construído. É engraçado se deparar com isso: um parque inteiramente construído pelas mãos dos homens; a gruta construída, a cachoeira, as pedras! Mas não tira a sua beleza. Caso atípico em Paris, o parque é cheio de colinas. Do alto delas, dá uma visão legal da cidade (algumas fotos no álbum). Já é possível perceber o espírito primaveril nos parques: famílias inteiras passeando, crianças rolando nas gramas, muita gente fazendo caminhada e outras sentadas lagarteando um pouco.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Primavera parisiense


A primavera começa a mostrar o ar de sua graça por aqui. E é tudo muito bem marcado, diferente do Brasil, em que quase não percebemos a mudança. Apesar do frio da semana passada (chegou a nevar duas vezes aqui em Paris), esta semana o clima está bem mais ameno, fazendo uma média de 10 graus, um solzinho de vez em quando (bem de vez em quando, vá lá); nas árvores começam a surgir as primeiras folhas e flores; o sol (quando ele aparece) já está batendo de lado na minha janela, posição bem diferente de quando cheguei, ainda inverno.


Parece-me, li alguma coisa a respeito disso hoje, que a partir da próxima semana terá mudança de horário aqui: uma hora a mais. Portanto, cinco horas de diferença do Brasil. Horário de verão deles.

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Esta semana haverá mais uma baixa do andar: Grazi irá embora. Mas antes, esperta como ela só, irá passar em Moscou. Dar um pulinho, logo ali, como dizem os mineiros.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Louvre en passant


Quando chegamos ao Louvre ontem, eu e Pablo, havia 280 pessoas na sala de exposições Sully, onde está a exposição sobre a Babilônia (Babylone). Ficamos lá dentro apenas 1 hora, pouco para a grandiosidade da exposição; mas é impossível conseguir desfrutá-la mediante tanta gente em cima dos vidros, dos dizeres, dos objetos. Impressionam as imagens em alto relevo (foto ao lado), deste dragão com misto de cobra e unicórnio e as imagens dos leões.


Mas, o que eu sei da Babilônia? Vendo todas as referências presentes na exposição, as referências históricas, bíblicas, me senti perdida em meio a tanta informação. Depois, a Babilônia representada por artistas das mais diversas épocas, quadros, gravuras, croquis, peças teatrais, filmes, documentários etc. Uma imensidão de coisas e artes que estão em torno de uma história-lenda. De qualquer forma, valeu muito a pena ter ido. E, mesmo sem as referências prévias, pode-se apreciar a beleza dos objetos e pensar que foram feitos há 16 séculos a.C.

Em seguida, o Pablo fez um tour comigo pelo Louvre, para eu me situar, porque 3 horas é muito pouco para a imensidão do museu. Passei, sim, pelo quadro da Monalisa, mas o que me impressionou mais foram as pinturas do Delacroix. Outra exposição também impressionante é a do mundo egíptico: as tumbas, os sarcófagos e... a múmia! Bem, é preciso voltar lá para poder apreciar tudo com muito mais calma. E voltar muitas vezes, cada ida dedicada a uma pequena parte do museu. Aliás, as próprias estruturas do prédio impressionam: o Louvre começou a ser construído no século XII. Inclusive, há uma galeria em que é possível ver as estruturas medievais do prédio.

terça-feira, 25 de março de 2008

Paris express

Sexta e sábado foram dias destinados a um tour express por Paris. Priscila, do 2º andar, me convidou para dar uma volta e ir aos lugares mais básicos com ela e um casal (ele brasileiro, ela alemã) que ficaria quatro dias na cidade. Ainda somando-se à trupe, um parisiense: Gabin, também amigo do casal.

Gabin como (ótimo) guia, falava em francês comigo e com Priscila e em inglês com o casal. Assim, na sexta, ele nos levou até a Torre Eiffel, depois passamos pelo Hôtel des Invalides (que não é um hotel, deixem-me explicar) até chegarmos à Place de la Concorde; de lá, caminhamos a Champs-Elysées inteira até chegar ao Arco do Triunfo para uma rápida visita. Em seguida, pegamos o metrô e paramos na Rue de la Paix, a mais cara de Paris, com suas joalherias e lojas de marca, para chegar à Place Vendôme; viramos pela Rue Rivoli e chegamos ao Jardin des Tuileries, que fica em frente ao Louvre. Seguindo adiante, passamos pelo Louvre e andamos à margem do Sena para ir à Île de la Cité. Neste momento já passava das 5 da tarde e me despedi do grupo para voltar para casa. Eles ainda continuaram pela Île de la Cité, Île St-Louis e Quartier Latin. Detalhe: sem entrar em lugar algum e num frio de lascar, com chuva e muito vento gelado. Somente depois do almoço (McDonald's também express na Champs-Elysées) abriu um sol agradável.

No sábado eu e Priscila fomos com o casal ao Château de Versailles. Não entramos, pois a imensidão de gente na fila causou desânimo geral. Andrey e Susy (o casal) foram dar uma volta pelo jardim do castelo, que agora é pago (8 euros + 6 euros para andar no carrinho). Nem preciso falar que não quisemos entrar pelo preço, mas ainda assim deu para bater umas fotos (disponíveis no álbum). Nota: o frio do dia possibilitou que víssemos uma chuva de granizo com uma leve aparência de neve.

Andrey e Susy continuaram sua incursão por Paris por mais dois dias, mas não tive nem pique nem disponibilidade para acompanhá-los. Gabin foi para os Alpes esquiar. Eu e Priscila participamos do almoço coletivo de Páscoa na Maison.

Um sonho


Cinco dias antes de eu vir para Paris eu tive um sonho. Sonhei que chegava em Paris e vinha até a Cité Universitaire de trem. Chegando aqui, eu me deparava com um bosque, com árvores cujos galhos estavam secos. Ao lado do bosque, um caminho de terra, sem asfalto nem calçamento. Eu olhava o bosque (ou a seqüência de árvores) e pensava: a Maison du Brésil fica do lado direito - e me encaminhava para lá.

Vim para Paris (dessa vez, de verdade) e eis o tal do bosque, que de fato existe dentro da Cité, com seu caminho de terra e tudo.


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Internet reestabelecida na Maison. No álbum, as primeiras fotos de Paris.

À bientôt!

domingo, 23 de março de 2008

Em pane

Internet em pane na Maison du Brésil. O blog ficará fora do ar por alguns dias, até a internet voltar. Sorry.

quarta-feira, 19 de março de 2008

Um cão, uma menina e um gaitista

Sem muitas novidades esta semana. Estudando ora em casa, ora na biblioteca. Estou deixando para fazer a carteirinha da Biblioteca Nacional (BNF) no próximo mês, quando a CAPES iniciar o pagamento das mensalidades, a fim de evitar novos sustos financeiros (a carteirinha custa 53 euros).
Ontem, com um clima agradável (frio de 7 graus, mas sem vento) e após algumas horas de leitura na biblioteca, resolvi dar uma volta pela Île de la cité, ver um pouco as coisas. A fila na frente da Notre-Dame estava quilométrica, o que me manteve bem longe de sua entrada; idem na entrada da Sainte-Chapelle e Conciergerie.
Eis que na ida para o metrô, na Ponte Saint-Michel (na escada que desce para o píer do rio Sena), havia um cachorro sentado na escada, sozinho. O fato chamou a atenção não apenas porque era um cachorro muito bonito e estava com uma corda no pescoço (parecia que ia se enforcar), mas porque aqui os cachorros nunca estão sozinhos, mas sempre devidamente acompanhados de seus donos. Muita gente parou para olhar o cão (inclusive eu). Alguns chegaram a bater foto do coitado. Que fim levou, não sei.

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Um gesto simpático: no metrô, na volta para casa, duas meninas de seus 8 ou 9 anos sentam ao meu lado. Ao descer, uma delas vira-se para mim e diz: Au revoir, Madame.

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Amélie Poulain: no mesmo metrô de volta para casa, um gaitista toca a música de Amélie Poulain. Coisas de Paris.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Residentes do 5º andar

Uma das melhores coisas de morar na Maison du Brésil é poder contar com (e saber que vai ter a) ajuda de brasileiros que passaram pela mesma situação. A maioria dos residentes vem para fazer o sanduíche e há alguns para o pós-doc. Há, como em toda a casa da Cité, uma porcentagem de residentes estrangeiros. Aqui, nos dez dias que se passaram, já pude fazer algumas amizades bacanas e também encontrar conforto com as histórias de cada um.

A volta para casa, dizem alguns, é a parte mais difícil. Por conta do retorno de alguns dos residentes, foi feito um almoço no 5º andar em despedida a Fabrício (em primeiro plano, de camisa vermelha) e a Felix (um alemão que está ao fundo ao lado direito, com a mãe ao lado). Eles partem no próximo final de semana. Outros vão embora até o final do mês. Outra leva é em setembro, quando há nova mudança de moradores. Enquanto isso, entre todo esse pessoal, temos onde encontrar a companhia e a ajuda necessárias para os primeiros dias, que são os mais difíceis (dizem os entendidos).

Residentes do lado esquerdo: Fabrício, eu, Nashira, Cristina, Letícia e Irenilda (quem fez o feijão); lado direito: Ricardo, Ana Paula, outro Ricardo (vulgo Papel), Thiago, Felix e sua mãe, Ursula. Quem bateu a foto foi Sílvia, esposa do Papel.

domingo, 16 de março de 2008

Cluny


Com entrada gratuita até 30 de junho, o Museu da Idade Média é relativamente pequeno, mas bastante agradável. As tapeçarias chamam a atenção, até porque elas têm certo destaque no museu, especialmente La dame à la licorne (foto acima). Esta tapeçaria é composta de seis peças, confeccionadas no final do século XV em lã e seda, e possui uma sala dedicada a ela. Outra tapeçaria, La vie de Saint Etienne, confeccionada aproximadamente em 1500, também em seda e lã, possui 45 metros com 23 cenas, e está distribuída em três salas do museu.


Além disso, pode-se andar por ruínas da Idade Média, ver algumas tumbas, relicários, vitrais e esculturas. O museu, fundado em 1843, é instalado em dois prédios do Quartier Latin: Les thermes gallo-romains, dos séculos I e III, e o Hôtel des abbés de Cluny, do final do século XV. A visita, na verdade, fica restrita ao Hôtel de Cluny, mas é possível ver, mesmo andando pela rua, as ruínas mais antigas. Voilà minha primeira visita a um museu parisiense.

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Há alguns dias comentei a respeito da limpeza feita aqui. Em virtude disso, de 15 em 15 dias o pessoal do 5o. andar da Maison se organiza para fazer a limpeza da cozinha coletiva. Com intuito de conhecer um pouco mais as pessoas daqui, fui ajudá-los. Que os franceses tenham uma legislação em relação às obrigações das femmes de ménage é uma coisa; agora, não ser limpado nem aquilo que está bem abaixo da altura determinada já é tapeação.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Histórias em comum

Ontem fez uma semana que eu estou aqui. E, após este breve tempo, já pude conhecer algumas histórias da Maison du Brésil que são muito semelhantes às minhas angústias pré e pós-viagem. Muitas pessoas que passaram por situações iguais ou bem piores para poder chegar a Paris. Com isso, dá para notar que não sou um peixe (tão) fora d'água.
Uma moça, por exemplo, estava contando que a Air France perdeu uma de suas malas e ela ficou sem por 11 dias! Um outro rapaz passou pela mesma situação que a minha para o visto: carta sem carimbo não é aceita! No entanto, ele não morava em Campinas, como eu, que é um pulinho até São Paulo, mas em Florianópolis e teve de ficar na capital paulista por 8 dias até conseguir dar entrada no visto. Uma outra residente, do Recife, ainda não conseguiu ir pedir sua carte de séjour porque a própria embaixada brasileira reteve (por engano) a documentação dela. E carta entre Brasil-Paris, ou vice-versa, por experiência própria, demora um mês para chegar. Enfim, com isso tudo eu estou muito bem, não?!
Outra experiência que tive aqui e que foi bastante animadora: ontem, aula de conversação de francês, com um professor de Toulouse. Em seguida, Assembléia Geral dos Residentes, em francês. Eu posso estar mal na língua, mas tem gente bem pior que eu... e, de mais a mais, segundo o professor de Toulouse, os parisienses falam rápido demais.

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Hoje, ao invés de ficar silenciosamente na biblioteca estudando, vou assistir a um colóquio na Sorbonne sobre teatro renascentista e anedotas teatrais. Um pouco para me ambientar com a dinâmica de colóquios deles, um pouco para ficar imersa na língua por mais tempo.

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Trocadilhistas: hoje, indo para a Maison de la Recherche, onde acontece o colóquio, passei por uma livraria que Catalão e Alexandre adorariam: Mona lisait.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Parques e bibliotecas




Entre ontem e hoje conheci e visitei dois parques e duas bibliotecas.


Um dos parques é o que fica aqui em frente à Cité: Parc Montsouris. Muito bonito e perfeito para uma caminhada de fim de tarde. O outro, conhecido hoje, foi o Jardin du Luxembourg, bonito, mas menor do que imaginava. Resolvi dar uma volta por lá porque é justamente a estação em que desço para ir à biblioteca. O triste é ir a estes lugares e não ter uma máquina fotográfica (quem me conhece bem, sabe o quanto estou sofrendo por não ter uma neste momento).


Já as bibliotecas me animaram bastante. Fui conhecer duas ontem: a biblioteca da Paris III e a Bibliothèque Sainte-Geneviève (Santa Genoveva), indicada pelo Pablo, que fica ao lado do Panthéon. Esta última é um lugar fabuloso para estudar, com dois milhões de documentos de todas as áreas. Hoje, aliás, fiquei lá estudando. Ao sair, um susto: salão de leitura lotado e fila na porta de entrada à espera de uma vaga.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Segunda noção (não tão) básica

Estou sofrendo cada vez mais com o meu (ruim) francês. Alguns problemas de comunicação, dificuldade e medo em pedir informações. Na verdade, pode-se andar por Paris inteira sem falar uma palavra de francês, basta ter um bom senso de direção (ajudado pelo Sena) e ler algumas palavras em francês ou inglês. No entanto, para quem pretende ter uma vida cotidiana aqui, é preciso um pouco mais do que o básico/intermediário do francês.
Hoje, por exemplo, fui tentar fazer o Passe Navigo, que é um cartão recarregável para usar em metrôs, trens, ônibus e até na velib (a bicicleta). Com a intenção de fazê-lo da forma mais rápida possível, fui a um posto de atendimento em uma estação de metrô. Pedi para fazer o Passe Navigo, com uma frase mais do que ensaiada, e não entendi quase nada da resposta dada pela atendente. Ela tentou de novo e eu não entendi de novo. Terceira tentativa: entendi que seria necessário ou o passaporte ou a carte de séjour. Bem, sem nem um dos dois em mãos, voltei para casa sem o tal do Navigo e cada vez mais decidida a me matricular em um curso de francês qualquer daqui...

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Hoje eu e Pablo almoçamos, em um restaurante bastante familiar. Em seguida, fizemos uma caminhada pelo Quartier Latin, onde fica uma concentração bastante grande de universidades (Paris III e IV, por exemplo). Passeio rápido, para conhecer o local apenas. Lugar que, para desfrutá-lo, é preciso calma e um bom dia de sol. Amanhã voltarei lá, mas dessa vez para entrar um pouco na Paris III e conhecê-la por dentro.

domingo, 9 de março de 2008

Noções básicas

A principal noção que tem de ser mudada quando chegamos aqui é a de limpeza (não a pessoal, por favor). No dia da chegada, eu tive um rendez-vous com a diretora da Maison (e ela fala assim, mesmo: teremos um rendez-vous) a fim de esclarecimentos sobre as regras da casa e da Cité. Fora algumas questões gerais, uma chama bastante a nossa atenção: aqui, as femmes de ménage não podem ser comparadas às nossas faxineiras. Ela explicou: elas não se ajoelham no chão para limpá-lo, não sobem em escadas (por lei, elas não podem) e também não podem limpar uma altura superior ao seu braço levantado na altura do ombro, formando um ângulo de 90 graus. Além disso, também não são arrumadeiras; ou seja, elas não tiram as coisas do lugar para limpar. Em resumo: ou você se acostuma com a sujeira dentro do quarto ou faz a sua própria limpeza. Eu prefiro a segunda opção.

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Hoje está muito frio. Ao menos parece, porque não tive coragem de colocar o pé lá fora. Tinha planejado fazer uma caminhada por toda a Cité Universitaire, mas está chovendo o dia inteiro e todo mundo que está lá fora está muito agasalhado. Aproveito para estudar aqui dentro mesmo, de preferência debaixo de cobertor.

sábado, 8 de março de 2008

Conhecendo o território

Hoje dei uma volta pelo centro de Paris para sentir o ar da cidade. Como tinha de ir ao Banco do Brasil, que fica na Avenue de La Grande Armée, atrás do Arco do Triunfo, aproveitei o nariz na porta (o BB estava fechado) e andei um pouco pela Champs-Elysées. Nada muito emocionante, pois a quantidade de turista nas suas largas calçadas era tão grande que mal dava para andar. Ao sair de lá, desci na estação Châtelet - Les Halles, uma espécie de Sé (bem piorada) que faz muitas conexões, e passeei um pouco pelas margens do Sena. Andei um pouco, passei pela Pont Neuf, parei ao lado do Musée du Louvre. Mas de repente ficou tão frio, tão frio, que voltei correndo para casa com medo de pegar um belo de um resfriado. Ainda não tive tempo de planejar uma visita a museus, antes as (várias) burocracias a serem resolvidas. Só para dizer que agora me sinto em Paris.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Rue Bobillot

Descobri que aqui as tomadas são diferentes. A do computador, por exemplo, precisa de um adaptador. Como ontem fiquei utilizando-o apenas com bateria, hoje resolvi ir comprar o tal do adaptador. Disseram-me que iria encontrar no Centre Comercial, que fica na Place d'Italie. Vi que era perto e também fácil de chegar e fui a pé. Para chegar até ela, andei pela Rue Bobillot, tipicamente francesa daqueles filmes que a gente vê, com direito a feira na rua, boulangeries, croissanteries e cafés. Bem, mas depois de procurar em quase todas as lojas possíveis do Centre Comercial e não encontrar o adaptador, resolvi entrar numa lojinha dessa rua, lojinha esquema 1,99 (não no preço, mas na oferta de produtos chineses). Enfim, lá encontrei o adaptador e um despertador. Na hora de pagar, o sisudo senhor perguntou-me o que fazia aqui em Paris e de onde viera. Quando respondi que fazia o doutorado, ele fez uma cara de espanto com misto de admiração e soltou um "ulalá". E quando disse que era brasileira, ele falou "Brésil", sorriu simpaticamente e se despediu com um "à la prochaine".
À la prochaine.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Alguns fatos

Duas coisas inesperadas aconteceram antes de eu vir para Paris: 1) a FAPESP, estranhamente, não pagou a minha bolsa referente ao mês de fevereiro; 2) Não deu tempo da CAPES depositar o dinheiro dos auxílios instalação e saúde, o que deveria ocorrer antes do meu embarque. Com isso, vim apenas com alguns trocadinhos que eu tinha guardado, que já estão no fim, pois tive de pagar a Maison hoje. Torcer para a CAPES depositar amanhã.

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Durante o vôo pela Air France, um comissário muito alegre perguntou-me umas tantas vezes: Ça va? Tu vas bien? Será que eu estava com cara de triste?

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Ontem a imigração de Madri barrou mais 30 brasileiros que pretendiam ir para Portugal e estavam fazendo apenas conexão na Espanha. Os brasileiros não foram barrados na imigração aqui, mas os policiais federais riam muito da gente. Como estavam dentro de uma caixa de vidro, não dava para entender o que falavam. Riram quando eu disse que estudava literatura.

segunda-feira, 3 de março de 2008

29 de fevereiro




Este dia só acontece de 4 em 4 anos, mas há um motivo a mais para comemorar. Muitas surpresas estavam reservadas para este dia: o meu visto, a carta do professor de Paris, o projeto da minha amiga Lara aprovado.


Sim, agora está tudo certo, parto para Paris depois de amanhã, quarta-feira. Lugar na Maison du Brésil (foto acima) reservado, visto ok, documentos ok. Agora é encarar o friozinho na barriga, um friozinho na capital francesa e aproveitar a "mágica Paris", nas palavras dos meus amigos.