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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Teatros

É uma delícia ver uma boa peça teatral em cena. Ontem fomos ver O inspetor geral, texto do russo Gógol, no Instituto de Artes da Unicamp, com os alunos do último ano do curso de Artes Cênicas. Gosto de soluções simples para textos inteligentes. Em Paris, por exemplo, gostei muito das soluções simplíssimas encontradas para Escola de maridos, do Molière, levada à cena pelo Théâtre du Nord-Ouest. Essa "solução simples" a que me refiro é a ausência de cenários, uso alternativo da sala de espetáculo - aproveitando suas diversas entradas e saídas - e o uso bem aproveitado do figurino. Pois bem, ontem foi assim. Isso dá um valor imenso ao texto e aos atores, que se tornam os responsáveis por toda a composição teatral que acontece por completo, então, na imaginação do espectador. Eu ri até quase chorar com algumas interpretações ontem. Releva-se alguns desvios por serem ainda estudantes, evidentemente. Em geral, a direção soube aproveitá-los, os mais expressivos nos melhores papéis.

Esta é uma época em que acontecem várias apresentações no Instituto. Semana passada, na véspera da minha defesa (para relaxar), fomos ver Páramos, adaptação do romande Pedro Páramo, de Juan Rulfo. Daí já foi outra história, porque teatro não-dramático pressupõe outras coisas, na medida em que o ponto de partida para sua história não é um texto teatral. Com uma exploração mais aprimorada de cenários, os alunos (dessa vez, do 3º ano) se alternavam para contar a história de Pedro Páramo e da cidade de Comala. Dessa vez, foram soluções plásticas muito bonitas para várias cenas em que eram apresentados os mitos e rituais mexicanos.

Ainda falta uma peça, também do último ano, que será apresentada na próxima semana: Ilha dos porcos (que teve uma versão cinematográfica feita por Peter Brook). Vamos ver como vai ser.

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