Assim que descemos do trem que nos levou da Gare du Nord para Valmondois, estação onde deveríamos fazer uma baldeação, já parecia tudo muito esquisito: o tipo de estação (parecidas com aquelas que temos no interior de São Paulo, como resquícios da vida do final do século XIX e início do XX), tudo muito vazio, sem pessoas, uma região campestre. Ao descer, então, na estação de Auver sur-Oise (foto acima), parecia-nos tudo muito esquisito, duas ou três pessoas que desceram do trem além de nós, sem indicações; na cidade, muitas coisas fechadas. A despeito da atração turística, quase não havia pessoas nas ruas.
Nos dirigimos ao castelo. No meio do caminho, em frente à casa de Van Gogh, uma mesa com uma jarra de vinho, duas taças pela metade e ninguém sentado. No castelo, parecíamos baratas-tontas: não encontrávamos a entrada, não havia informações. Até que conseguimos finalmente entender a mecânica da coisa: tínhamos de pegar um fone de ouvido no qual ouviríamos uma narração e músicas que acompanhavam as apresentações de vídeo de dentro do castelo; a gravação também indicava onde deveríamos ir, por onde passar. Nada muito empolgante, nem o castelo era muito bonito.
Na volta, o mais inusitado. Queríamos um sorvete. Fomos até um bar que vendia sorvetes artesanais; como ninguém nos atendia, fomos a um outro bar. Como lá também ninguém nos atendia, voltamos ao primeiro. Um senhor veio e nos disse: "Désolé, mas não há ninguém para preparar o sorvete para vocês neste momento. Talvez daqui a meia-hora". Nos olhamos uns para os outros e tudo o que pudemos pensar naquele momento foi em voltar para casa. Na estação, literalmente desolados, não havia indicação alguma de horário de trem. E novamente a cena de filme de David Linch: do outro lado da estação há muita gente; fico de costas e, ao me virar novamente, todos sumiram! Fui até os trilhos e olhava o horizonte: nem sinal de trem. Depois de uma hora esperando na estação, surge no visor a indicação de quem o trem passaria dali a um hora.
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