Páginas

sábado, 26 de abril de 2008

Camille Claudel

A exposição que está no Museu Rodin, de Camille Claudel, é pequena. Tem aproximadamente 80 esculturas dela, mas as mais importantes são do próprio acervo do museu, de modo que as que vieram de coleções particulares ou de outros museus são as menores ou alguns bustos feitos em virtude de dificuldades financeiras.

Camille Claudel apresenta muita força e emoção em suas esculturas. Não cheguei a entrar no museu para ver as obras de Rodin (este é um dos museus que oferecem entrada gratuita no primeiro domingo do mês), mas a obra de Claudel emana uma melancolia e sentimento muito fortes, mais do que as do próprio mestre e amante (pelo que pude ver no jardim). Embora as faces das criaturas esculpidas, em obras como Sakountala ou L'âge Mûr, não sejam muito definidas, o conjunto (corpo, movimento, posição do rosto) apresenta ora desolação, ora desespero, ora paixão. É impressionante.

Em qualquer exposição temporária nos museus de Paris, a fotografia é proibida. Nos acervos permanentes, é possível fotografar sem flash. Mas eis um fato muito curioso e divertido: um dos guardinhas da exposição "autorizava" um senhor, pareceu-me fotógrafo, a clicar algumas peças. Pelo que pude acompanhar, na verdade, ele fotografou quase todas. Os dois conversavam em torno de uma obra, o guardinha ficava olhando para ver se ninguém vinha e autorizava. Perante qualquer perigo de serem pegos, ele dava um sinal e o senhor guardava a máquina fotográfica. Eu mesma, vendo tais peripécias, aproximei-me dele e pedi para bater uma foto. Mesma estratégia: escolhi uma e cliquei, enquanto ele tomava conta da situação. Uma senhora, vendo que eu bati uma foto, foi atrás. Mas, coitada, um outro guardinha veio chamando-lhe a atenção: "Senhora, sem fotos!"

O jardim do museu é uma coisa à parte: lindo, lindo. Ao longo dele é possível encontrar várias esculturas de Rodin em bronze, algumas famosas, como Les bourgeois de Calais, La porte de l'Enfer e Le Penseur. Quem viu Camille Claudel, filme com Isabelle Adjani e Gérard Depardieu, relembra a história das principais peças. Algumas fotos no álbum.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi, Elen! Bem legal o seu blog! Legal ler suas notícias francesas! Espero ir para a Europa em breve. Quem sabe ainda não nos encontramos por aí? Beijinhos! Thais

Elen disse...

Thais, quando vc estiver prestes a vir me escreve que eu te passo o meu telefone. Beijos.